8 de outubro de 2012

A Grande Mentira


A Grande Mentira

A busca de um criminoso nazista provoca ação e um forte dilema ético neste ótimo filme de John Madden com Helen Mirren.
C&N
Para quem acha que o nazismo e suas conseqüências já se esgotaram como tema cinematográfico, “A Grande Mentira” (“The Debt”) é a resposta contrária. Refilmagem de “Haw How”, uma produção israelense feita em 2007, ainda inédita entre nós, conta uma história que se passa em duas épocas: em 1965 e em 1997. Na primeira, em Berlim, é enfocada a missão do Mossad (o serviço secreto de Israel) para localizar e sequestrar o doutor Bernhardt (o dinamarquês Jesper Christensen, incrivelmente sinistro), mais conhecido como “o cirurgião de Bikernau”. Esse médico a serviço dos nazistas liderou bizarras e brutais experiências, causando deformações e mortes entre inúmeros judeus. Três jovens agentes são os encarregados de prender e transferi-lo para Israel: Stephan Gold (Marton Cosolkas), David Peretz (Sam Worthington, de “Avatar”) e Rachel Singer (Jessica Chastain, em atuação premiada por várias associações de críticos dos Estados Unidos). As primeiras cenas em 1997 surgem durante o lançamento de um livro sobre essa operação do Mossad, escrito por Sarah Singer Gold (Romi Aboulafia), filha de Stephan e de sua ex-esposa Rachel Singer (Helen Mirren). Ela está presente e é convidada a ler um capítulo, justamente aquele em que enfrenta Bernhardt tentando fugir do cativeiro. A lembrança parece perturbar Rachel e ela fica mais preocupada logo depois, quando surge o ex-marido Stephan (Tom Wilkinson). Ele traz notícias relativas ao caso e a David (Ciaran Hinds), que já apareceu para o espectador.
A opção por uma montagem nada linear, à primeira vista, pode parecer o apoio em um modismo muito frequente no cinema atual. Mas existe uma razão de assim ser. Essa alternância feita com rigor acirra o suspense e o drama dos três personagens. O descontrole na execução dos planos pelos agentes no passado acirra os conflitos que eclodem em 1997. E embora haja ação física (lutas, tiros, fugas), elas não predominam, não passam do ponto. A não ser no epílogo onde aparenta ser uma concessão. Na maior parte do tempo ressoa legítima, sem a preocupação de oferecer posturas heróicas. Pelo contrário, sempre existe certa inabilidade e a natural presença do medo.
Porém, o que importa ao filme é retratar com densidade o que rola na mente dos protagonistas, em meio das diversas razões que o levaram àquela missão e das consequências dela, mais de trinta anos depois. Os seis intérpretes estão ótimos. Quando jovens, realçam os sentimentos que os move, uma mistura de temor, raiva, sede de vingança. Nesse aspecto, é impressionante o desempenho de Sam Worthington. Já, na maturidade, quem brilha é Helen Mirren. Operária da arte dramática, a ganhadora do Oscar por “A Rainha” sempre dá verdade a tudo o que faz. E aqui, desde o primeiro take, já transmite certo azedume que é decorrente da amargura provocada por aquelas homenagens a Rachel. Sob a direção precisa do inglês John Madden (de “Shakespeare Apaixonado” e “A Prova”), que nunca se perde apesar de trilhar caminhos nada fáceis, Helen é quem mais colabora para “A Grande Mentira” resultar em um filme incomum, onde a dor da recordação e a possibilidade de alterar uma história, de buscar a solução ética, possibilitam perturbadora intensidade.
Alfredo Sternheim é cineasta, jornalista e escritor
A Grande Mentira (“The Debt” - Inglaterra/Estados Unidos/Hungria - 2011 - 113’) Direção: John Madden Com: Helen Mirren, Jessica Chastain, Sam Worthington, Ciáran Hinds, Marton Cosolkas, Tom Wilkinson, Jesper Christensen, Romi Aboulafia e Brigitte Kren, entre outros.
DVD: Menu interativo - Seleção de cenas Tela: Widescreen (2.40.1) Áudio: Dolby Digital (5.1) Idioma: inglês,português, espanhol Legenda: português, inglês, espanhol Extras: Uma Olhada por dentro de “A Grande Mentira” – Um affaire em Berlin: o triângulo amoroso
Distribuição: Universal

“Beleza Americana”


Sabia que existe em Blu-ray?
Beleza Americana
C&N
Se existiu um tema que dominou algumas das principais obras da última década para cá, tanto no cinema como na televisão, foi a famosa “crise de meia idade”. Homens por volta dos 40 anos tentando reencontrar seu lugar dentro de casa e na própria sociedade deram o tom a inúmeros filmes e séries de sucesso como Os Sopranos e, mais recentemente, Breaking Bad – isso para ficar somente na TV.
O que pouca gente se lembra é que tudo começou em 1999, com o estupendo Beleza Americana, já lançado por aqui em Blu-ray pela Paramount. O longa narra a história de Lester Burnham (Kevin Spacey), homem de meia idade que vive um casamento fracassado, sendo ignorado pela esposa e filha adolescente, e com um emprego medíocre.
Totalmente entorpecido, viveria assim até o final dos seus dias, até se apaixonar por uma bela e sensual amiga de sua filha. Como num estalo, isso faz com que desperte da redoma em que vivia e literalmente chute tudo para o alto, passando a viver como sempre quis, fazendo suas próprias regras e – mais importante ainda – não se importando com a sociedade que o cerca, especialmente porque, aos seus olhos, agora ela é apenas um retrato da mediocridade que ele vivia.
Com um roteiro que poderia facilmente descambar para uma comédia pastelão, repleta de nudez gratuita, o diretor Sam Mendes, em seu longa-metragem de estreia, optou por um caminho mais adulto, criando uma obra-prima do humor negro. E o filme se assume trágico logo em seu início, usando a narração em off (do próprio Lester) para indicar que o personagem está morto, da mesma forma que o clássico Crepúsculo dos Deuses.
Independente disso, o espectador passa o filme torcendo por Lester e seu despertar, acompanhando cenas que discutem o vazio e a moral hipócrita da vida moderna, em temas como consumismo, fidelidade, drogas e falta de perspectiva. Mérito do roteirista Alan Ball, que depois migraria para a TV criando as séries A Sete Palmos e True Blood.
Não é à toa que Beleza Americana faturou cinco Oscar: Melhor Filme, Diretor, Roteiro, Ator e Fotografia (deixando de ganhar em todas as categorias principais somente porque Annette Benning perdeu o prêmio de Melhor Atriz para Hillary Swank por Meninos não Choram).
Vale lembrar que o longa já é genial desde seu pôster (que mostrava diversas casas do subúrbio norte-americano, com seus gramados aparados e cercas brancas e a inscrição: “olhe mais de perto”). E, para quem duvida da acidez do roteiro, seu título remete a uma flor belíssima e perfumada, mas que normalmente apodrece internamente, começando pela raiz. Exatamente como a classe média norte-americana – e, por que não, brasileira?
Um longa que merece destaque em qualquer coleção. Não somente por ser uma aula de cinema, mas especialmente por ser uma lição de vida, apesar de amarga em muitos momentos.
Beleza Americana (American Beauty - EUA - 1999 - 121’) Direção: Sam Mendes Com: Annette Bening, Chris Cooper, Kevin Spacey, Mena Suvari, Peter Gallagher, Sam Robards, Scott Bakula e Wes Bentley, entre outros.
Blu-ray: Menu interativo: Seleção de cenas Tela: Widescreen (2.35:1) Áudio: Dolby Digital 5.1 - 5.1 DTS-HD MA Idioma: português, inglês, espanhol e francês Legendas: português, inglês, espanhol e francês Extras: Comentários do Diretor Sam Mendes e do Roteirista Alan Ball / Beleza Americana Olhe de perto / Storyboards Comentados pelo Diretor Sam Mendes e pelo Diretor de Fotografia Conrad L. Hall / Trailers de Cinema
Distribuição: Paramount Home Entertainment

36ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo


36ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo
Aguardado evento começa em 18 de outubro, para convidados
C&N
São Paulo - De 19 de outubro a 02 de novembro acontece em São Paulo a tradicional Mostra Internacional de Cinema. Durante duas semanas serão exibidos cerca de 350 títulos de mais de 60 países e diversas cinematografias em 28 espaços entre salas de cinema, museus e instituições culturais espalhados pela capital paulista. A seleção deste ano faz um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial está produzindo, além das principais tendências, temáticas, narrativas e estéticas produzidas em todo o mundo.
A abertura do evento será na quinta-feira, 18 de outubro, com o filme chileno “No de Pablo Larraín, exibido no último Festival de Cannes. “No fala da campanha do plebiscito que Pinochet fez naquele país para saber do povo se permanecia no poder ou não.
Evento homenageia Andrei Tarkovski com retrospectiva completa de sua obra, exposição e livro.
Nosferatu, de F.W. Murnau terá apresentação especial no dia 02 de novembro, no Parque do Ibirapuera.
A 36ª Mostra Internacional de Cinema é composta por cinco seções: Competição Novos Diretores – que exibe títulos de diretores que tenham realizado até dois longas (os mais votados pelo público serão vistos pelo Júri Internacional, que escolhe posteriormente os que vão receber o Troféu Bandeira Paulista); Perspectiva Internacional– que apresenta um panorama do recente cinema mundial; Retrospectivas – seção com obras completas ou não de diretores importantes ou mesmo desconhecidos; Apresentações Especiais – exibição de clássicos ou de filmes de diretores que estão sendo homenageados pela Mostra; Mostra Brasil – exibição de títulos brasileiros inéditos em São Paulo. Todos os filmes brasileiros concorrem ao prêmio Itamaraty, mas os totalmente inéditos no país - primeiro ou segundo filme de jovens diretores - estão também na seção Competição Novos Diretores.
36ª Mostra Internacional de Cinema
Central da Mostra: Conjunto Nacional - Av. Paulista 2073
Informações: de 08 a 12/10, das 12 às 18h Vendas de pacotes e credenciamento: de 13/10 a 01/11, das 10 às 21h (credenciamento de jornalistas a partir de 14 de outubro)
Quanto: pacotes de R$ 175 a R$ 410,00 - ingressos de R$ 7,50 a R$ 19

c&n leitura de texto


Letras em Cena
Eletronic City”, de Falk Richter, é o texto da leitura de hoje.
C&N
São Paulo – Hoje, dia 8, a partir das 19h30, no Grande Auditório do Masp (Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand), dentro da programação 2012 do ‘Letras em Cena’: projeto de leitura de textos teatrais, poesias, cartas, ensaios e contos, acontece a leitura de “Eletronic City”, texto de Falk Richter, com direção de Marcos Damigo. A leitura dramatizada conta com a participação dos atores Bel Cowarick, Guta Ruiz, Lavinia Lorenzon, Rodrigo Bolzan e, e terá abertura de Ana Cecilia e Marco Antônio Pâmio lendo Thelma Guedes.
O Letras em Cena’ foi criado em 2006 por Clóvis Tôrres e Marina Mesquita, seus curadores, e tem a ‘palavra‘ com foco principal. Não perca!
Letras em Cena Coordenação e curadoria: Clóvis Tôrres e Marina Mesquita
Onde: Masp: Av. Paulista, 1578: Cerqueira César Tel.: (11) 3086-4224
Quando: hoje, dia 8, às 19h30 Quanto: entrada gratuita

Leitura dramática na Livraria da Vila
Lucienne Guedes apresenta o texto inédito As Mulheres Perderam a Guerra
C&N
A atriz e dramaturga Lucienne Guedes apresenta leitura de seu texto inédito As Mulheres Perderam a Guerra, com direção de Francisco Medeiros, hoje, dia 8, às 19h30, na Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis.
No elenco os atores Bel Kowarick, Marcelo Szpektor, Plínio Soares, Heitor Goldflus, Dinah Feldman, Bruno Feldman, Priscilla Herrerias, Malu Bierrenbach e Talma Salem dão vida a dramaturgia escrita a partir das histórias de quatro mulheres reais, durante a II Guerra Mundial, trazendo as personagens dos relatos biográficos à esfera poética, transportando as fortes experiências humanas que viveram para a ação teatral.
As Mulheres Perderam a Guerra
Autora: Lucienne Guedes Fahrer Direção da leitura: Francisco Medeiros Música: Eugenio Lima
Onde: Teatro da Livraria da Vila do Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 – Piso Pacaembu
Quando: hoje, 08/10, às 19h30 Quanto: Entrada franca

“Filha do Mal”


Filha do Mal
Aventura com Ben Stiller e Eddie Murphy em Blu-ray da Universal’.
C&N

Em 1989, os atendentes da emergência receberam uma ligação de Maria Rossi confessando três brutais assassinatos. O tribunal a julgou demente, mas havia algo mais. Vinte anos depois, a busca de sua filha Isabella por respostas a levam a um exorcismo por dois padres, revelando que sua mãe estava possuída por quatro poderosos demônios. Agora, Isabella tem que enfrentar o mal absoluto para salvar sua alma.
Filha do Mal (The Devil Inside - EUA - 2012 - 83’) Direção: William Brent Bell Com: Bonnie Morgan, Evan Helmuth, Fernanda Andrade, Ionut Grama, Simon Quarterman e Suzan Crowley, entre outros.
DVD: Menu interativo: Seleção de cenas: Seleção de legendas Tela: Widescreen Anamórfico (1.78:1) Áudio: Dolby Digital 5.1 e 5.1 DTS-HD MA Idioma: português, inglês, espanhol e francês Legenda: português, inglês, espanhol e francês Extras: Sem Extras
Distribuição: Paramount Home Entertainment