Vou Rifar Meu
Coração
Pessoas simples que amam.
C&N
O fascínio que a música considerada “brega” exerce
sobre o povo brasileiro é o mote principal do bem-vindo documentário
“Vou Rifar Meu Coração”, de Ana Rieper. Nada de
considerações sociais e sociológicas. Nada de tentar diferenciar os
limites entre o brega e o popular, muito menos de
buscar as
origens etimológicas da palavra “brega”. “Vou
Rifar
Meu Coração” é um filme totalmente... Coração.
A
diretora faz uma bem dosada
mistura de depoimentos de grandes representantes da cultura brega -
Lindomar Castilho, Agnaldo Timóteo, Nelson Ned,
Amado
Batista, Wando - com a fala sincera e emotiva de gente do
povo, pessoas simples que amam a música brega pelo simples
motivo
de suas letras traduzirem com fidelidade e clareza suas emoções
mais
profundas.
Há
personagens impagáveis, como o homem
que
diz sofrer por amar indistintamente tanto a esposa como a
amante, a quem se refere como “matriz e filial”. Há o
cliente que se apaixona perdidamente, e à primeira vista, pela
primeira e única prostituta que conheceu. Há a mulher de
coração ferido que se diz totalmente incapacitada de conhecer
um
novo amor. E vários outros mais.
Juntos, estes
entrevistados formam o painel de um Brasil puro e
ingênuo,
uma pedra bruta de emoções talvez pouco lapidadas, mas não por
isso menos intensas. São depoentes por vezes
divertidos,
por vezes emocionantes, mas sempre tratados com muito
respeito pela cineasta, que tem diante de si o difícil desafio
de
jamais ridicularizar o que poderia facilmente considerado como
bizarro. Desafio este que Ana Rieper cumpre com a maior
dignidade.
“Vou Rifar Meu Coração” recebeu os
prêmios
de melhores Direção e Montagem no 7º FestiCine
Goiânia, Melhor Direção de Arte para documentário e Prêmio
Especial da Associação de Críticos no 5º
AtlanticDoc,
no Uruguai.
Vou Rifar Meu
Coração
(Brasil - 2011 - 78’ - documentário) Direção:
Ana Rieper
Com: Agnaldo Timóteo, Amado Batista, Lindomar Castilho,
Wando,
Odair José e Nelson Ned, entre outros.
Distribuição: Vitrine
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