Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Novo Batman não cumpre
exatamente o que prometeu.
C&N
Como
não
poderia deixar de ser, a sessão de imprensa de “Batman: o
Cavaleiro
das Trevas Ressurge” foi uma das mais concorridas dos últimos
tempos. Confesso que não conhecia 80% dos presentes, pessoas que
quase
nunca estão nas cabines de outros filmes, digamos, “menos
badalados”. Não sei se são fãs, convidados,
especialistas
em quadrinhos, amigos, mas o fato é que esta tal “cabine” (nome
dados
às sessões para a imprensa) foi razoavelmente diferente das
tradicionais
que acontecem praticamente todos os dias para os jornalistas.
Mas vamos ao
filme.
Após
tanta expectativa, o que dizer do desfecho desta nova trilogia? A
primeira impressão é que este novo Batman não cumpre exatamente o que
prometeu. Christopher Nolan, invariavelmente um ótimo diretor,
não
conseguiu desta vez dar unidade ao filme, que se mostra
irregular,
alternando espetaculares cenas de ação (a do início, por exemplo, é
vertiginosa) com longos momentos de intermináveis diálogos
explicativos
(há muitas subtramas a serem explicadas) que chegam a causar
sonolência.
Na verdade, passada a fantástica sequência inicial envolvendo dois
aviões, o filme mergulha num longo período de preparação onde prevalece o
didatismo dos diálogos e uma cansativa insistência sonora da onipresente
trilha sonora de Hans Zimmer, que pode até ter qualidades, mas
que
tem sua força diluída pelo exagero.
No terço
final, a ação volta a ganhar
espaço, com momentos realmente épicos, impressionante riqueza de
produção, e alguma (boa) discussão sobre os tênues limites que separam o
que
pode ser considerado certo do que pode ser considerado errado. Aliás, a
ausência de maniqueísmo, a humanização dos personagens e a
quebra
do velho parâmetro “Mocinho contra Bandido” permanecem sendo
as
melhores qualidades da franquia.
Há, porém, um tom novelesco
que
empana o brilho cinematográfico. Parar a ação cênica e abrir espaço para
discursos teatrais que explicam didaticamente as motivações dos
personagens é um recurso que passa longe daquilo que apreciamos como cinema.
Por
mais que possa ser eficiente na linguagem dos quadrinhos,
funciona
mal nas telas. Ilustrado ou não por flashbacks.
Sente-se mais claramente esta
limitação de linguagem cinematográfica em cenas que, a princípio,
deveriam conter forte dose dramática, mas que acabam surgindo de
maneira
quase burocrática. Como, por exemplo, o rompimento de
Bruce
Wayne com Alfred. A revelação final do verdadeiro
vilão
da trama também passa por um indisfarçável e indesejável viés
operístico.
São
problemas contrabalançados pela
espetacularização dos grandes momentos épicos e pela marcante presença da
nova
Mulher Gato, agora vivida por uma intensa e vibrante Anne
Hathaway. O elenco britânico (Christian Bale, Gary Oldman, Michael Caine) dá um show e
Morgan
Freeman sempre esbanja simpatia, mas falta carisma para Marion
Cotillard capitanear um personagem tão importante.
Graças à força do septuagenário personagem e à ansiedade que o marketing conseguiu
criar, não há dúvidas que “Batman: O Cavaleiro das Trevas
Ressurge” será um mega sucesso de bilheteria, mas certamente
deixará em muitos fãs as saudades do anterior “O
Cavaleiro
das Trevas” (bem superior) e seu inesquecível Coringa.
Veja aqui
o
trailer Batman - O Cavaleiro das Trevas
Ressurge
Batman - O Cavaleiro das Trevas
Ressurge
(The Dark Knight
Rises
- EUA / Reino Unido - 2012 - 165’) Direção: Christopher Nolan Com: Christian Bale, Tom Hardy, Liam Neeson,
Joseph Gordon-Levitt, Anne Hathaway, Gary Oldman, Morgan Freeman, Marion
Cotillard e Michael Caine, entre outros.
Distribuição: Warner Bros.
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