‘Loucos por
Séries’
Dois Finais Excelentes
C&N
Ninguém dava muita
bola para o primeiro spin-off de Jornadas nas Estrelas, conhecida
como A Nova Geração.
Achavam
que era uma cópia exagerada da Série Clássica e demorou pelo menos
três
temporadas para que ela conseguisse - na minha opinião - empatar, e até
superar,
a qualidade de conteúdo dos episódios com a tripulação da Enterprise comandada por Kirk. Foi exatamente o episódio
final da terceira temporada, O
Melhor
de Dois Mundos, que começava uma era decididamente muito
interessante
nas séries dramáticas, e até mesmo nas comédias, independente do gênero: a
era
do continua na próxima
temporada.
Quando esse episódio termina com o Capitão Jean-Luc Picard
(Patrick Stewart) abduzido pelos Borgs, os vilões da
Nova
Geração, e transformado num deles, os fãs ficaram alucinados com o
fato
de não saber o que iria acontecer com a história senão seis meses
depois,
quando a nova temporada começaria com a conclusão desse episódio. Sim,
todo
mundo quis saber quem atirou em J.R. Ewing, mas fora esse
momento específico da série Dallas, nenhuma outra série
arriscava
ousar nesse sentido com o público, até Jornada nas Estrelas – A Nova
Geração criar uma onda de ansiedade entre os trekkers
com
O Melhor de Dois Mundos. Depois disso, o mundo das séries não
foi
mais o mesmo.
Veja o final de
Revenge, por exemplo, exibido esta semana no canal
Sony.
Todo mundo vai querer saber como a maléfrica Victoria Grayson
(Madeleine Stowe) vai conseguir escapar com vida do atentado, e de como
Emily Thorne (Emily VanCamp) vai administrar o fato de que
Jack (Nick Weshler) não vai ficar com ela por causa da volta
da
colega de reformatório, que está se passando por Amanda Clarke
(Margarita Levieva), grávida de Jack. Conheço vários fás de
Revenge, que devem estar roendo as unhas e se isolando no
quarto,
tal grave a crise de ansiedade que estão entrando para esperar as respostas
na
próxima temporada. Aliás, uma temporada excelente, que manteve o
clima
de suspense até o derradeiro episódio.
Já
Mad Men não teve o mesmo clima
que
Revenge. Mas fez com que o personagem de Jon Hamm, o
carismático e sedutor publicitário Don Draper, tivesse um
momento
de reflexão e recuperasse seu caráter complicado de temporadas
passadas,
quando sexo e sedução faziam parte do seu dia a dia. Com
seu
casamento com a ex-secretária, parecia que Draper seria
transformado num bem comportado marido dos anos 1960, ao estilo de Papai Sabe Tudo. Felizmente, o produtor e criador
da
série, Matthew Weiner, que passou mais de um ano em negociações para
a
renovação da série no AMC, jogou essa cortina de fumaça até
esse
momento especial no ultimo episódio.
Para mim, o
episódio consolidou minha impressão de que Mad Men é realmente
uma
das melhores produções seriadas feitas nesse século. Além de
bem
escrita e com um fantástico desempenho do elenco, a produção ainda
coroa
o episódio com a canção You Only Live Twice, cantada por
Nancy
Sinatra para o tema de abertura do filme Com 007 Só Se Vive Duas
Vezes. Afinal, para Don Draper, uma vida para ele
viver, e
outra para seus próprios sonhos... E que sonhos...
Paulo Gustavo
Pereira
apresenta o
programa
‘Loucos Por Séries’ no canal
‘Imagine
TV’ (TVA/Telefônica), e o programa
‘Almanaque dos Seriados’ pela ‘ClicTV’. Também é editor da
revista
‘Sci-Fi News’ e autor do ‘Almanaque dos Seriados’ (Ediouro) e “Animaq -
Almanaque dos Desenhos
Animados” (Matrix
Editora).
Nenhum comentário:
Postar um comentário