23 de abril de 2012

‘Sabia que existe em Blu-ray?’

Gostaríamos de dar as boas vindas a nosso mais novo colaborador:

Sabia que existe em Blu-ray?
Woody Allen está na crista da onda.
C&N
De alguns anos para cá, seus filmes voltaram a cair no gosto do grande público, consolidando a excelente fase atual que sua carreira atravessa, não apenas em termos artísticos, mas comerciais - o que é digno de nota, visto que muitos de seus trabalhos deram prejuízo aos estúdios que os lançaram.
Entretanto, se o cineasta vem conquistando a adoração de um novo público, isso não se reflete no mercado de vídeo no que diz respeito à alta definição. Apesar dos seus dois grandes sucessos recentes (os ótimos “Vicky Cristina Barcelona” e “Meia-Noite em Paris”) estarem disponíveis no formato, a filmografia de Allen em Blu-ray ainda é desprezível em termos de volume, com pouquíssimos títulos lançados.
Somente isso já justificaria um enorme barulho ao redor do lançamento de “Manhattan” e “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa” em alta definição no país. Isso, claro, sem falar no fato de que se tratam, talvez, dos dois filmes mais importantes de sua carreira – e, consequentemente, de todo o (excelente) cinema norte-americano dos anos 1970.
Para dimensionar melhor a importância dos títulos: “Noivo Neurótico, Noiva Nervosa foi premiado com quatro estatuetas (incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor) da Academia, que costuma não ser muito simpática com comédias; já Manhattan foi indicado somente a Melhor Roteiro e Melhor Atriz Coadjuvante (para Mariel Hemingway), sem levar prêmios.
Entretanto, o que se viu foi justamente o contrário: a Fox, distribuidora dos títulos no Brasil, simplesmente lançou os filmes sem fazer grandes alardes – ou, melhor dizendo, sem praticamente nenhuma divulgação. Resultado: do dia para a noite, consumidores casuais e colecionadores – incluindo o autor deste texto - praticamente tropeçaram nos discos nas lojas, surpreendendo-se com seu lançamento.
Uma surpresa agradável, sem dúvida alguma, mas que deixa claro que ainda é preciso trabalhar de forma muito melhor o lançamento de grandes clássicos do cinema em BD. No caso destes dois produtos, isso é agravado pela ausência de extras (cada título traz somente o trailer).
Entretanto, merecem lugar de destaque em qualquer prateleira, também por serem pedras fundamentais na formação da persona que Allen criou para si mesmo, ao longo de décadas. Todos os traços de sua personalidade que seriam vistos nos seus filmes posteriores – inseguro, atrapalhado, neurótico – estão ali, ganhando forma, em diálogos inteligentes e afiados.
E, além disso, poder assistir em alta definição ao antológico início de “Manhattan” (numa cena que traz uma belíssima Nova York em preto e branco ao som de ‘Rhapsody in Blue’, de Gershwin) é algo a que merece ser feito de joelhos pelos admiradores do cinema. Resta saber se a distribuidora irá lançar outros clássicos do diretor, a exemplo do que já foi feito na época dos DVDs.

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