20 de abril de 2012

“Shame”

“Shame”
Filme ousa quebrar tabus de uma sociedade puritana.
C&N
Mesmo com o proeminente puritanismo americano, ainda conseguem sair alguns poucos filmes que buscam uma abordagem mais honesta do sexo sem recorrer a metáforas ou alusões. Com um excelente elenco, direção caprichada e roteiro inventivo, “Shame” vai chocar àqueles acostumados ao ambiente esterilizado de Hollywood.
Brandon (Michael Fassbender) mora em um belo apartamento em Nova York, é bem sucedido e consegue qualquer mulher que quiser. Sua rotina de amante insaciável é abalada com a chegada inesperada da irmã, Sissy (Carey Mulligan).
É raro ver tamanho envolvimento de um ator com um filme. Fassbender se entrega literalmente de corpo inteiro ao filme e ao diretor, Steve McQueen, com quem já havia trabalhado em “Hunger”. O papel é difícil porque há muita hipocrisia em torno do assunto: o ponto principal não é o vício de Brandon em sexo, mas o que o leva a isso. O conflito com a irmã revela algo mais interessante: há um assunto terrível e não resolvido entre eles no passado. Essa dinâmica é bem sucedida graças ao excelente roteiro e à boa química entre Fassbender e Mulligan.
É triste que, em pleno século 21, um filme como “Shame” precise ser chamado de corajoso. Trata-se de um ensaio sobre a solidão, um retrato honesto sobre a diferença entre amor e sexo. Tudo isso é conduzido de forma competente pelo diretor e pelo protagonista, que estão mais em sintonia do que nunca. Quem ganha é o espectador.
Shame (Inglaterra - 2011 - 101’) Direção: Steve McQueen Com: Michael Fassbender, Carey Mulligan, Alex Manette, Nicole Beharie, Anna Rose Hopkins, Hannah Ware e Elizabeth Masucci, entre outros.
Distribuição: Paris Filmes

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