Filme ousa quebrar tabus de uma sociedade puritana.
C&N
Mesmo com o proeminente puritanismo americano, ainda conseguem
sair
alguns poucos filmes que buscam uma abordagem mais honesta do sexo sem
recorrer
a metáforas ou alusões. Com um excelente elenco, direção caprichada e
roteiro
inventivo, “Shame” vai chocar àqueles acostumados ao ambiente
esterilizado de Hollywood.
Brandon (Michael Fassbender) mora em um belo apartamento em
Nova York, é bem sucedido e consegue qualquer mulher que quiser. Sua
rotina de amante insaciável é abalada com a chegada inesperada da irmã,
Sissy (Carey Mulligan).
É
raro ver tamanho envolvimento de um
ator
com um filme. Fassbender se entrega literalmente de corpo inteiro ao
filme e ao diretor, Steve McQueen, com quem já havia trabalhado em
“Hunger”. O papel é difícil porque há muita hipocrisia em
torno do
assunto: o ponto principal não é o vício de Brandon em sexo, mas o que o
leva a
isso. O conflito com a irmã revela algo mais interessante: há um assunto
terrível e não resolvido entre eles no passado. Essa dinâmica é bem sucedida
graças ao excelente roteiro e à boa química entre Fassbender e
Mulligan.
É
triste que, em pleno século 21, um
filme
como “Shame” precise ser chamado de corajoso. Trata-se de um
ensaio sobre a solidão, um retrato honesto sobre a diferença entre amor e
sexo.
Tudo isso é conduzido de forma competente pelo diretor e pelo protagonista,
que
estão mais em sintonia do que nunca. Quem ganha é o espectador.
“Shame” (Inglaterra - 2011 - 101’) Direção: Steve McQueen Com:
Michael
Fassbender,
Carey Mulligan, Alex Manette, Nicole
Beharie, Anna Rose Hopkins, Hannah
Ware e Elizabeth Masucci, entre outros.
Distribuição: Paris
Filmes
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