24 de julho de 2012

“Armadilha”


Armadilha

O importante é não buscar explicações.
C&N
Impossível não comparar “Armadilha” com “Por um Fio”, filmes com estrutura e pontos de partida bem similares. Se em “`Por um Fio” o protagonista ficava “encarcerado” numa cabine telefônica, em “Armadilha” três amigos se veem presos num caixa automático, numa madrugada gelada, ameaçados por um homem violento.
Assim como no clássico “Encurralado”, aqui o vilão também não tem rosto, nem motivação explícita. Ele apenas representa o terror, pura e simplesmente. Um terror que traz em seu subtexto o atual momento de pânico que assola a economia americana, já que suas vítimas trabalham numa corretora de valores. O que pode ser apenas coincidência. Ou não.
Há um clima de crueldade gratuita, de uma suposta vingança ou apenas, talvez, de uma injustificável e recorrente loucura urbana. O importante é não buscar explicações nem relações simplistas de causa e efeito, mas apenas embarcar no clima de horror e suspense que o filme propõe.
Quase tudo se passa num único tempo e num único espaço, marca característica, aliás, do roteirista Chris Sparling, que já havia roteirizado o mais radical (e melhor) “Enterrado Vivo”. A direção do estreante David Brooks pode não ser genial, mas é eficaz.
Dois destaques positivos de “Armadilha”: o ator Josh Peck, sucesso juvenil no seriado “Drake e Josh”, fazendo aqui um belo rito de passagem para o cinema adulto. E – sem estragar nada – um final que escancara as injustiças de quem observa o mundo sob um único ponto de vista.
Armadilha (ATM - EUA / Canadá - 2012 - 90’) Direção: David Brooks Com: Alice Eve, Josh Peck, Brian Geraghty, Aaron Hughes, Omar Khan, Will Woytowich, Robert Huculak e Glen Thompson, entre outros.
Distribuição: PlayArte Pictures

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