19 de julho de 2012

‘Loucos por Séries’


Loucos por Séries
Dois Finais Excelentes   
C&N
Ninguém dava muita bola para o primeiro spin-off de Jornadas nas Estrelas, conhecida como A Nova Geração. Achavam que era uma cópia exagerada da Série Clássica e demorou pelo menos três temporadas para que ela conseguisse - na minha opinião - empatar, e até superar, a qualidade de conteúdo dos episódios com a tripulação da Enterprise comandada por Kirk. Foi exatamente o episódio final da terceira temporada, O Melhor de Dois Mundos, que começava uma era decididamente muito interessante nas séries dramáticas, e até mesmo nas comédias, independente do gênero: a era do continua na próxima temporada.
Quando esse episódio termina com o Capitão Jean-Luc Picard (Patrick Stewart) abduzido pelos Borgs, os vilões da Nova Geração, e transformado num deles, os fãs ficaram alucinados com o fato de não saber o que iria acontecer com a história senão seis meses depois, quando a nova temporada começaria com a conclusão desse episódio. Sim, todo mundo quis saber quem atirou em J.R. Ewing, mas fora esse momento específico da série Dallas, nenhuma outra série arriscava ousar nesse sentido com o público, até Jornada nas Estrelas – A Nova Geração criar uma onda de ansiedade entre os trekkers com O Melhor de Dois Mundos. Depois disso, o mundo das séries não foi mais o mesmo.
Veja o final de Revenge, por exemplo, exibido esta semana no canal Sony. Todo mundo vai querer saber como a maléfrica Victoria Grayson (Madeleine Stowe) vai conseguir escapar com vida do atentado, e de como Emily Thorne (Emily VanCamp) vai administrar o fato de que Jack (Nick Weshler) não vai ficar com ela por causa da volta da colega de reformatório, que está se passando por Amanda Clarke (Margarita Levieva), grávida de Jack. Conheço vários fás de Revenge, que devem estar roendo as unhas e se isolando no quarto, tal grave a crise de ansiedade que estão entrando para esperar as respostas na próxima temporada. Aliás, uma temporada excelente, que manteve o clima de suspense até o derradeiro episódio.
Mad Men não teve o mesmo clima que Revenge. Mas fez com que o personagem de Jon Hamm, o carismático e sedutor publicitário Don Draper, tivesse um momento de reflexão e recuperasse seu caráter complicado de temporadas passadas, quando sexo e sedução faziam parte do seu dia a dia. Com seu casamento com a ex-secretária, parecia que Draper seria transformado num bem comportado marido dos anos 1960, ao estilo de Papai Sabe Tudo. Felizmente, o produtor e criador da série, Matthew Weiner, que passou mais de um ano em negociações para a renovação da série no AMC, jogou essa cortina de fumaça até esse momento especial no ultimo episódio.
Para mim, o episódio consolidou minha impressão de que Mad Men é realmente uma das melhores produções seriadas feitas nesse século. Além de bem escrita e com um fantástico desempenho do elenco, a produção ainda coroa o episódio com a canção You Only Live Twice, cantada por Nancy Sinatra para o tema de abertura do filme Com 007 Só Se Vive Duas Vezes. Afinal, para Don Draper, uma vida para ele viver, e outra para seus próprios sonhos... E que sonhos...
Paulo Gustavo Pereira apresenta o programaLoucos Por Sériesno canal Imagine TV’ (TVA/Telefônica), e o programaAlmanaque dos SeriadospelaClicTV’. Também é editor da revistaSci-Fi Newse autor doAlmanaque dos Seriados’ (Ediouro) eAnimaq - Almanaque dos Desenhos Animados” (Matrix Editora).

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