31 de julho de 2012

Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge


Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

Novo Batman não cumpre exatamente o que prometeu.
C&N
Como não poderia deixar de ser, a sessão de imprensa de “Batman: o Cavaleiro das Trevas Ressurge” foi uma das mais concorridas dos últimos tempos. Confesso que não conhecia 80% dos presentes, pessoas que quase nunca estão nas cabines de outros filmes, digamos, “menos badalados”. Não sei se são fãs, convidados, especialistas em quadrinhos, amigos, mas o fato é que esta tal “cabine” (nome dados às sessões para a imprensa) foi razoavelmente diferente das tradicionais que acontecem praticamente todos os dias para os jornalistas.
Mas vamos ao filme. Após tanta expectativa, o que dizer do desfecho desta nova trilogia? A primeira impressão é que este novo Batman não cumpre exatamente o que prometeu. Christopher Nolan, invariavelmente um ótimo diretor, não conseguiu desta vez dar unidade ao filme, que se mostra irregular, alternando espetaculares cenas de ação (a do início, por exemplo, é vertiginosa) com longos momentos de intermináveis diálogos explicativos (há muitas subtramas a serem explicadas) que chegam a causar sonolência. Na verdade, passada a fantástica sequência inicial envolvendo dois aviões, o filme mergulha num longo período de preparação onde prevalece o didatismo dos diálogos e uma cansativa insistência sonora da onipresente trilha sonora de Hans Zimmer, que pode até ter qualidades, mas que tem sua força diluída pelo exagero.
No terço final, a ação volta a ganhar espaço, com momentos realmente épicos, impressionante riqueza de produção, e alguma (boa) discussão sobre os tênues limites que separam o que pode ser considerado certo do que pode ser considerado errado. Aliás, a ausência de maniqueísmo, a humanização dos personagens e a quebra do velho parâmetro “Mocinho contra Bandido” permanecem sendo as melhores qualidades da franquia.
Há, porém, um tom novelesco que empana o brilho cinematográfico. Parar a ação cênica e abrir espaço para discursos teatrais que explicam didaticamente as motivações dos personagens é um recurso que passa longe daquilo que apreciamos como cinema. Por mais que possa ser eficiente na linguagem dos quadrinhos, funciona mal nas telas. Ilustrado ou não por flashbacks.
Sente-se mais claramente esta limitação de linguagem cinematográfica em cenas que, a princípio, deveriam conter forte dose dramática, mas que acabam surgindo de maneira quase burocrática. Como, por exemplo, o rompimento de Bruce Wayne com Alfred. A revelação final do verdadeiro vilão da trama também passa por um indisfarçável e indesejável viés operístico.
São problemas contrabalançados pela espetacularização dos grandes momentos épicos e pela marcante presença da nova Mulher Gato, agora vivida por uma intensa e vibrante Anne Hathaway. O elenco britânico (Christian Bale, Gary Oldman, Michael Caine) dá um show e Morgan Freeman sempre esbanja simpatia, mas falta carisma para Marion Cotillard capitanear um personagem tão importante.
Graças à força do septuagenário personagem e à ansiedade que o marketing conseguiu criar, não há dúvidas que “Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge” será um mega sucesso de bilheteria, mas certamente deixará em muitos fãs as saudades do anterior “O Cavaleiro das Trevas” (bem superior) e seu inesquecível Coringa. Veja aqui o trailer Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge
Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (The Dark Knight Rises - EUA / Reino Unido - 2012 - 165’) Direção: Christopher Nolan Com: Christian Bale, Tom Hardy, Liam Neeson, Joseph Gordon-Levitt, Anne Hathaway, Gary Oldman, Morgan Freeman, Marion Cotillard e Michael Caine, entre outros.
Distribuição: Warner Bros.

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