‘Sabia que existe em Blu-ray?’
“O
Jovem
Frankenstein”.
C&N
É fato conhecido que, durante os anos 1970, o cinema
norte-americano viveu uma pequena “época de ouro”, com
produções
irretocáveis, que não apenas encantam o público, como influenciam
realizadores
até hoje. Curiosamente, foi justamente nesta época, repleta de dramas e
policiais (com roteiros que esbanjavam críticas sociais) que
Hollywood
viu o auge de um de seus maiores comediantes: Mel Brooks.
Trabalhando na
televisão desde os anos 1950 – poucos se lembram, mas Brooks
foi
um dos responsáveis pela criação do seriado “O Agente 86” – o
comediante começou a investir no cinema em 1968, com “Primavera
para Hitler” (que, anos atrás, se tornou um musical de sucesso na
Broadway, “The Producers”).
Mas foi durante
a
década de 70 que sua carreira chegou ao ápice, com comédias geniais
como
Alta Ansiedade, Banzé no Oeste e, claro, sua
obra-prima: “O Jovem Frankenstein” (que também se tornou um
musical da Broadway) que está disponível em BD pela
Fox.
Lançado em 1977, o
longa, ao contrário do que muitos imaginam, não foi ideia de Mel
Brooks,
e sim de um de seus habituais colaboradores, o ator Gene Wilder. Reza
a
lenda que foi durante as filmagens de “Banzé no Oeste”
(segunda
parceria da dupla) que o ator teria apresentado ao cineasta a ideia de
filmar as
desventuras do neto do lendário Barão Frankenstein que, após
herdar o castelo do avô, recria todos os experimentos narrados no famoso
livro
de Mary Shelley.
A
trama se encaixava perfeitamente ao
estilo de Brooks, famoso por parodiar histórias clássicas em diversos
longas. Assim, Brooks reuniu sua trupe costumeira (entre eles, os
atores
Cloris Leachman e Marty Feldman) e deu início à produção do
filme
que, por bem ou por mal, ainda é um dos melhores trabalhos inspirados na
obra
original.
Talvez a
qualidade
de “O Jovem Frankenstein” seja decorrente do clima das
filmagens.
Dizem que Brooks e Wilder se divertiram tanto que, quando
todas as
cenas do roteiro haviam sido realizadas (sendo que muitas delas eram
improvisadas), começaram a inventar cenas novas somente para continuar indo
aos
sets – algo parecido ocorreria anos depois, entre Brooks e
Leslie Nielsen, na sua (muito inferior) sátira ao outro grande
clássico
do cinema de horror, Drácula.
Contudo, isso
rendeu horas e horas de filmagens que acabaram no chão da sala de montagem –
dizem que, do copião original, para cada piada que funcionava três outras
eram
péssimas. Mas, a despeito de diversos momentos antológicos (além de
‘Puttin’
on the Ritz’, há a famosa cena do homem cego que derruba sopa quente no
colo
da criatura, numa participação inusitada e inesquecível de um Gene
Hackman, quase irreconhecível), o grande trunfo do longa reside em dois
fatores básicos.
O
primeiro é a direção de
arte, que usa diversos objetos vistos originalmente no filme
estrelado
por Boris Karloff. Durante a pré-produção, Brooks encontrou
Ken
Strickfaden, engenheiro que havia criado toda a aparelhagem eletrônica
usada
no longa estrelado por Boris Karloff, em 1931. Para sua sorte,
o
sujeito ainda tinha todas as peças guardadas na garagem de sua casa, e ficou
satisfeito em alugar tudo para Brooks – que, além de pagar pelo
material,
ainda o creditou, coisa que não aconteceu no filme da
Universal.
Já
o segundo trunfo do filme é a
presença de
Marty Feldman, como o amalucado Igor (‘pronuncia-se
Áigor’, como ele mesmo faz questão de lembrar). Com seus olhos vesgos
e
esbugalhados, o ator tem as melhores tiradas do roteiro que, com seu tom
anárquico, contrastam perfeitamente com os cenários soturnos, filmados num
belíssimo preto e branco.
Para se ter uma ideia, é dele a ideia de fazer sua corcunda mudar de lado a
cada cena. Feldman resolveu fazer isso por conta própria, durante as
filmagens, sem contar para ninguém. Quando os outros atores perceberam isso,
dias depois, Brooks resolveu colocar a piada no roteiro. E é inegável
que
o ator rouba todas as cenas em que aparece, o que faz com o que filme se
torne
ainda melhor.
Afinal,
enquanto o
espectador passeia pelo lendário castelo de Frankenstein, tudo
parece sério e assustador demais – como deveria ser, na verdade – até que
Feldman surge em cena, lembrando a todos que podem relaxar, pois se
trata
‘apenas’ de um filme de Mel Brooks. Aliás, do melhor filme da
carreira de Mel Brooks. O que não é pouca coisa.
“O Jovem Frankenstein” (“Young Frankenstein” -
EUA -
1974 - 106’- Preto e
branco) Direção:
Mel
Brooks Com:
Gene
Wilder,
Peter Boyle, Marty Feldman, Cloris
Leachman,
Teri Garr, Kenneth Mars, Richard
Haydn, Liam Dunn, Danny Goldmane e
Oscar
Beregi Jr.,
entre outros.
Blu-ray: Menu
interativo - Seleção de cenas Tela:
Widescreen
(2.35:1) Áudio:
DTS (5.1) Idioma:
português, espanhol e
inglês Legendas:
português, espanhol e
inglês Extras: Comentários de Mel Brooks
/
Arrumando algum Franksenso em O Jovem Frankstein / Tomadas excluídas / Cenas
excluídas / Entrevistas mexicanas / Spots e TV / Trailers / Fotos da
produção /
No laboratório: as fórmulas secretas do making of / O botão
Blucher
/ Está vivo! A criação de um monstro clássico / Cantiga de ninar da
Transilvânia: a música de John
Morris
Distribuição:
20th Century Fox Home
Entertainment
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