“Battleship: A Batalha dos
Mares”
A culpa é minha. Toda minha. E sua.
C&N
Lançado na
temporada dominada pelo merecido sucesso de “Os Vingadores”,
“Battleship: A Batalha dos
Mares”, é o contraponto ideal para quem ainda resiste
ao
filme de Joss Whedon. Estamos falando de diversão, então a comparação
pode cair nos ombros de “Os Vingadores” e não
de
filmes como “O Artista”, “Os
Descendentes” ou “Razão e
Sensibilidade”.
Somos nerds. Não burros.
E
dá pra se divertir em “Battleship”? Claro que dá. Um pouco.
Mas
a questão não devia ser essa. Porque parece a cópia da cópia de muitos
filmes
que tomam os cinemas de assalto ano após ano sempre no verão americano. Com
direção do medíocre Peter Berg (“O Reino”,
“Hancock”),
“Battleship” tem cacoetes de
“Pearl
Harbor” e “Transformers”, com um
tempero
de “Independence Day”. Pronto. Temos um lixo total
previsível e
barulhento, que não deixa nada para o espectador assim que ele vai embora do
cinema. É fast food, que pode vir a ser indigesta. Pior: Você viu
aí em
cima os tipos de filme que resgatei na memória. Tudo feito por caras ainda
piores que Peter Berg. Vamos falar a verdade: quando a inspiração é
Michael Bay e Roland Emmerich, Hollywood está
determinada a
fritar o que restou do cérebro das pessoas que pagam para ir ao cinema atrás
de,
pelo menos, uma boa diversão que não ofenda os nossos miolos.
Ok, os efeitos
visuais são ótimos, mas parecem xerox colorida de
“Transformers”. Vejam só a genialidade da coisa: um
‘Transformers no mar’. Tudo bem, no mínimo o elenco
precisa contar com bons atores. Mas o que temos são atuações canastras, com
personagens batidos e formuláicos, como aleijados e gostosonas, que
funcionariam
às mil maravilhas se estivéssemos vendo uma continuação do assumidamente
tosco
“Machete”. Não dá para se importar com quem
vive ou
morre entre Taylor Kitsch e Rihanna. Meu Deus!
Rihanna? Sim, eu disse Rihanna. Você confiaria o destino da
humanidade a Rihanna e alguns barquinhos cheios de marinheiros
americanos
patriotas?
E
dá-lhe diálogos ruins,
constrangedores,
clichês visíveis a olho nu. Se o clichê faz você parar pra pensar que aquilo
que
você acabou de ver é clichê, cara, levanta e sai do cinema, porque o grau de
envolvimento com o filme bateu no zero. Nem a oportunidade de torcer pela
vitória dos ETs - para que eles massacrem os heróis apáticos do
filme -
resta ao público.
“Battleship” se diz uma
adaptação
do jogo de tabuleiro “Batalha Naval”. Mas ‘baseado’ como? O
que
há para ser adaptado de um jogo de tabuleiro para o cinema? O que há para
ser
adaptado para o cinema de um videogame do século passado? O que há para ser
adaptado de um outdoor bacana que você viu nas ruas para a tela do cinema? O
que
há para ser adaptado de um cinzeiro na mesa da sua sala? O que acontece com
Hollywood?
Mas sabe o que é pior? A culpa é minha. Toda minha. E sua. Porque pagamos
pra
ver isso.
“Battleship:
A Batalha dos Mares” (“Battleship” - EUA - 2012 - 131’) Direção: Peter Berg Com: Taylor
Kitsch,
Alexander Skarsgård, Brooklyn Decker,
Tadanobu Asano, Hamish Linklater, Liam
Neeson, Peter MacNicol, John Tui,
Jesse Plemons, Gregory D. Gadson, Adam
Godley e Rico McClinton, entre outros.
Distribuição: Universal
Pictures
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