18 de maio de 2012

“Battleship: A Batalha dos Mares”


Battleship: A Batalha dos Mares
A culpa é minha. Toda minha. E sua.
C&N
Lançado na temporada dominada pelo merecido sucesso de “Os Vingadores”, “Battleship: A Batalha dos Mares”, é o contraponto ideal para quem ainda resiste ao filme de Joss Whedon. Estamos falando de diversão, então a comparação pode cair nos ombros de “Os Vingadores” e não de filmes como “O Artista”, “Os Descendentes” ou “Razão e Sensibilidade”. Somos nerds. Não burros.
E dá pra se divertir em Battleship”? Claro que dá. Um pouco. Mas a questão não devia ser essa. Porque parece a cópia da cópia de muitos filmes que tomam os cinemas de assalto ano após ano sempre no verão americano. Com direção do medíocre Peter Berg (“O Reino”, “Hancock”), “Battleship tem cacoetes de “Pearl Harbor” e “Transformers”, com um tempero de “Independence Day”. Pronto. Temos um lixo total previsível e barulhento, que não deixa nada para o espectador assim que ele vai embora do cinema. É fast food, que pode vir a ser indigesta. Pior: Você viu aí em cima os tipos de filme que resgatei na memória. Tudo feito por caras ainda piores que Peter Berg. Vamos falar a verdade: quando a inspiração é Michael Bay e Roland Emmerich, Hollywood está determinada a fritar o que restou do cérebro das pessoas que pagam para ir ao cinema atrás de, pelo menos, uma boa diversão que não ofenda os nossos miolos.
Ok, os efeitos visuais são ótimos, mas parecem xerox colorida de “Transformers”. Vejam só a genialidade da coisa: um ‘Transformers no mar’. Tudo bem, no mínimo o elenco precisa contar com bons atores. Mas o que temos são atuações canastras, com personagens batidos e formuláicos, como aleijados e gostosonas, que funcionariam às mil maravilhas se estivéssemos vendo uma continuação do assumidamente tosco “Machete”. Não dá para se importar com quem vive ou morre entre Taylor Kitsch e Rihanna. Meu Deus! Rihanna? Sim, eu disse Rihanna. Você confiaria o destino da humanidade a Rihanna e alguns barquinhos cheios de marinheiros americanos patriotas?
E dá-lhe diálogos ruins, constrangedores, clichês visíveis a olho nu. Se o clichê faz você parar pra pensar que aquilo que você acabou de ver é clichê, cara, levanta e sai do cinema, porque o grau de envolvimento com o filme bateu no zero. Nem a oportunidade de torcer pela vitória dos ETs - para que eles massacrem os heróis apáticos do filme - resta ao público.
Battleship” se diz uma adaptação do jogo de tabuleiro “Batalha Naval”. Mas ‘baseado’ como? O que há para ser adaptado de um jogo de tabuleiro para o cinema? O que há para ser adaptado para o cinema de um videogame do século passado? O que há para ser adaptado de um outdoor bacana que você viu nas ruas para a tela do cinema? O que há para ser adaptado de um cinzeiro na mesa da sua sala? O que acontece com Hollywood?
Mas sabe o que é pior? A culpa é minha. Toda minha. E sua. Porque pagamos pra ver isso.
Battleship: A Batalha dos Mares (“Battleship” - EUA - 2012 - 131’) Direção: Peter Berg Com: Taylor Kitsch, Alexander Skarsgård, Brooklyn Decker, Tadanobu Asano, Hamish Linklater, Liam Neeson, Peter MacNicol, John Tui, Jesse Plemons, Gregory D. Gadson, Adam Godley e Rico McClinton, entre outros.
Distribuição: Universal Pictures

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