28 de maio de 2012

“Uma Rua Chamada Pecado”


Sabia que existe em Blu-ray?
Uma Rua Chamada Pecado
C&N
Poucos atores conseguiram construir uma galeria de personagens tão rica como Marlon Brando. Falecido em 2004, o ator ainda é visto como o maior intérprete da história do cinema americano. Nada mais justo: apesar de sua personalidade complexa e do declínio nos últimos anos de vida, Brando criou, nas telas, personas que ultrapassaram os cinemas e tornaram-se marcos da cultura pop.
As mais conhecidas do grande público, claro, pertencem a seus trabalhos nos anos 1970. São o icônico mafioso de “O Poderoso Chefão”, o enlouquecido militar de “Apocalypse Now” e – numa escala menor – o amargurado e autodestrutivo arquiteto visto em “O Último Tango em Paris”. Entretanto, seus trabalhos no início de carreira, durante os anos 1950, apresentam personagens tão (ou até mais) complexos, em um punhado de filmes obrigatórios para qualquer amante do cinema.
Em 1951, logo em seu segundo trabalho – havia estreado somente no menor “Espíritos Indômitos”, um ano antes – Brando apresentou ao mundo sua primeira ‘criação’ marcante: Stanley Kowalski, protagonista do festejado “Uma Rua Chamada Pecado”, baseado na peça de Tennessee Williams. Rude e impulsivo até o último fio de cabelo, Kowalski mora com sua esposa, Stella, num bairro pobre de Nova Orleans. Porém, a rotina do casal é totalmente afetada pela chegada da irmã de Stella, Blanche, cuja personalidade problemática e frágil logo entra em choque com a do cunhado.
Era a primeira colaboração de Brando com o cineasta Elia Kazan – que, três anos depois, renderia ainda o magistral “Sindicato de Ladrões” – e o cinema americano descobriria um novo método de interpretação, cuja marca registrada seria a intensidade total.
A construção de Kowalski por Brando rompe com tudo o que havia sido visto em Hollywood. Antes de “Uma Rua Chamada Pecado”, atores demonstravam suas emoções – sobretudo as negativas – de uma forma mais contida e controlada, justamente o contrário do que é visto neste longa. Kowalski, mais que um personagem, é quase uma força da natureza, transpirando sexualidade e violência em sua camiseta branca apertada.
O longa agradou aos críticos, ganhando nada menos que quatro Oscar – com a exceção de Direção de Arte, todos para suas atuações: Vivien Leigh (a eterna Scarlett O’Hara de “...E O Vento Levou”, que tem aqui o melhor desempenho de sua carreira) levou a estatueta de Melhor Atriz, enquanto Karl Malden e Kim Hunter foram premiados, respectivamente, como Melhor Ator Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante.
Curiosamente, Brando ficou sem o prêmio. A estatueta acabou nas mãos de Humphrey Bogart, pelo seu desempenho em “Uma Aventura na África”. Contudo, isso não apagou o brilho do trabalho de Marlon Brando e da pequena revolução que ele causou em Hollywood.
E este filme irrepreensível, que moldou todo o cinema dos anos 1950, pode ser conferido agora em alta definição, no lançamento da Warner, que traz a versão do diretor, com três minutos de cenas inéditas que haviam sido cortadas pela censura da época. Imperdível!
Uma Rua Chamada Pecado (“A Streetcar Named Desire - EUA - 1951 - 125’) Direção: Elia Kazan Com: Vivien Leigh, Marlon Brando, Kim Hunter e Karl Malden, entre outros
Blu-ray: Menu interativo - Seleção de cenas Tela: FullScreen Áudio: Dolby Digital (1.0) Idiomas: português e inglês Legendas: português, inglês e espanhol
Distribuição: Warner Bros.

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