‘Sabia que existe em Blu-ray?’
“Uma Rua
Chamada Pecado”
C&N
Poucos atores conseguiram construir uma galeria de personagens tão
rica
como Marlon Brando. Falecido em 2004, o ator ainda é visto
como o
maior intérprete da história do cinema americano. Nada mais justo: apesar de
sua
personalidade complexa e do declínio nos últimos anos de vida, Brando
criou, nas telas, personas que ultrapassaram os cinemas e tornaram-se marcos
da
cultura pop.
As
mais conhecidas do grande público,
claro,
pertencem a seus trabalhos nos anos 1970. São o icônico mafioso de
“O Poderoso Chefão”, o enlouquecido militar de
“Apocalypse
Now” e – numa escala menor – o amargurado e autodestrutivo arquiteto
visto em “O Último Tango em Paris”. Entretanto, seus trabalhos
no
início de carreira, durante os anos 1950, apresentam personagens tão
(ou
até mais) complexos, em um punhado de filmes obrigatórios para qualquer
amante
do cinema.
Em
1951, logo em seu segundo trabalho –
havia estreado somente no menor “Espíritos Indômitos”, um ano
antes – Brando apresentou ao mundo sua primeira ‘criação’ marcante:
Stanley Kowalski, protagonista do festejado “Uma Rua
Chamada
Pecado”, baseado na peça de Tennessee Williams. Rude e
impulsivo
até o último fio de cabelo, Kowalski mora com sua esposa,
Stella, num bairro pobre de Nova Orleans. Porém, a
rotina
do casal é totalmente afetada pela chegada da irmã de Stella,
Blanche, cuja personalidade problemática e frágil logo entra
em
choque com a do cunhado.
Era a primeira colaboração de Brando com o cineasta Elia Kazan –
que,
três anos depois, renderia ainda o magistral “Sindicato de
Ladrões” – e o cinema americano descobriria um novo método de
interpretação, cuja marca registrada seria a intensidade total.
A
construção de Kowalski
por
Brando rompe com tudo o que havia sido visto em Hollywood.
Antes
de “Uma Rua Chamada Pecado”, atores demonstravam suas
emoções –
sobretudo as negativas – de uma forma mais contida e controlada, justamente
o
contrário do que é visto neste longa. Kowalski, mais que um
personagem, é quase uma força da natureza, transpirando sexualidade e
violência
em sua camiseta branca apertada.
O
longa agradou aos críticos, ganhando
nada
menos que quatro Oscar – com a exceção de
Direção de
Arte, todos para suas atuações: Vivien Leigh (a eterna Scarlett O’Hara
de
“...E O Vento Levou”, que tem aqui o melhor desempenho de sua
carreira)
levou a estatueta de Melhor Atriz, enquanto Karl Malden
e
Kim Hunter foram premiados, respectivamente, como Melhor Ator
Coadjuvante e Melhor Atriz Coadjuvante.
Curiosamente,
Brando ficou sem o prêmio. A estatueta acabou nas mãos de Humphrey
Bogart, pelo seu desempenho em “Uma Aventura na África”.
Contudo, isso não apagou o brilho do trabalho de Marlon Brando e da
pequena revolução que ele causou em Hollywood.
E
este filme irrepreensível, que
moldou todo o cinema dos anos 1950, pode ser conferido agora em alta
definição,
no lançamento da Warner, que traz a versão do diretor, com
três
minutos de cenas inéditas que haviam sido cortadas pela censura da época.
Imperdível!
“Uma Rua Chamada Pecado” (“A Streetcar Named
Desire” -
EUA
- 1951 - 125’) Direção:
Elia
Kazan Com:
Vivien
Leigh,
Marlon Brando, Kim Hunter e Karl Malden,
entre outros
Blu-ray: Menu
interativo - Seleção de cenas Tela:
FullScreen Áudio:
Dolby Digital (1.0) Idiomas:
português
e inglês
Legendas:
português, inglês e
espanhol
Distribuição:
Warner Bros.
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