‘Ciclo
Alumbramento’
Programação deste final de semana.
C&N
O
cinema sangue novo que se realiza
hoje
no Brasil saiu do eixo RJ-SP e se espalhou país afora
graças à acessibilidade do digital, à inquietude criativa e, muitas vezes, à
formação de coletivos. Um destes coletivos, que atua há praticamente cinco
anos
em Fortaleza (CE), é o Alumbramento, e o
CineClube
MuBE exibe um trabalho de crédito solo em longa de Ivo Lopes
Araújo, Sábado à Noite (2007), uma das cabeças pensantes do
então
futuro Alumbramento, e o primeiro longa-metragem de fato
coletivo,
“Praia do Futuro” (2008), que então já estabeleceu fortemente
as
diretrizes estéticas do grupo. O coletivo, ativo também no formato curta,
consagrou-se posteriormente no circuito de festivais e junto à crítica
especializada com os longas “Estrada para Ythaca” (2010) e
“Os Monstros” (2011), ambos de Guto Parente,
Pedro Diógenes e dos gêmeos Luiz Pretti e
Ricardo Pretti, distribuídos pela Vitrine
Filmes,
especializada no cinema autoral que se tem feito no país. No início de maio,
o
curta “Odete”, de Ivo Lopes Araújo,
Clarissa Campolina e Luiz Pretti, foi vencedor
do
prêmio do Júri Ecumênico no 58º
Festival Internacional de Curtas de Oberhausen, na
Alemanha.
12 de maio, 15h: Pré-Alumbramento
Não só de baladas e embalos se faz um sábado à noite. Em preto-e-branco e com rara trilha musical (a primeira manifestação se dá aos 36 minutos, em tom triste), o filme é uma co-produção Alpendre/TV Cultura dentro do projeto DocTV. É uma jornada sem rumo certo pela noite de Fortaleza e suas luzes, com freqüência por ruas desertas, passando pela rodoviária ou por uma cena doméstica (ao som de ‘Don’t Let Me Be Misunderstood’, com Nina Simone), muitas vezes com a câmera observando à distância. É uma colagem de aspecto quase abstrato, que extrai beleza e poética no banal. O doc se constitui praticamente de duas metades de fluxo visual, interrompidas por quase um minuto de blackout - mas o filme não para, a noite não para. Estendendo-se até por volta das seis horas da manhã, a viagem se dá de dentro de veículos velhos (o mundo é muitas vezes visto pelo vidro em movimento), testemunha peixes eletrificados, grilos madrugada adentro e pombos na faixa de pedestres. Dedicado ao crítico, pesquisador e admirador do bom cinema autoral Jean-Claude Bernardet, também diretor do possível filme-inspiração “São Paulo: Sinfonia e Cacofonia” (1994).
12 de maio, 15h: Pré-Alumbramento
Não só de baladas e embalos se faz um sábado à noite. Em preto-e-branco e com rara trilha musical (a primeira manifestação se dá aos 36 minutos, em tom triste), o filme é uma co-produção Alpendre/TV Cultura dentro do projeto DocTV. É uma jornada sem rumo certo pela noite de Fortaleza e suas luzes, com freqüência por ruas desertas, passando pela rodoviária ou por uma cena doméstica (ao som de ‘Don’t Let Me Be Misunderstood’, com Nina Simone), muitas vezes com a câmera observando à distância. É uma colagem de aspecto quase abstrato, que extrai beleza e poética no banal. O doc se constitui praticamente de duas metades de fluxo visual, interrompidas por quase um minuto de blackout - mas o filme não para, a noite não para. Estendendo-se até por volta das seis horas da manhã, a viagem se dá de dentro de veículos velhos (o mundo é muitas vezes visto pelo vidro em movimento), testemunha peixes eletrificados, grilos madrugada adentro e pombos na faixa de pedestres. Dedicado ao crítico, pesquisador e admirador do bom cinema autoral Jean-Claude Bernardet, também diretor do possível filme-inspiração “São Paulo: Sinfonia e Cacofonia” (1994).
“Sábado
à Noite”
(documentário experimental - DV - Brasil - 2007 -
62’) Direção,
produção, fotografia
e
argumento: Ivo Lopes Araújo
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