“Rambo - Programado para
Matar”
Um dos bons filmes de ação da década de
1980.
C&N
John
Rambo (Sylvester Stallone), um ex-veterano da Guerra do Vietnã, retorna
aos
EUA depois de um longo período aprisionado pelos vietcongues. No primeiro
dia
“de liberdade”, procura por um colega, que mora num vilarejo em cima de uma
colina. Descobre que o amigo morrera, e então resolve voltar para casa.
Vagando
por aquela pequena vila desconhecida, vira alvo de um xerife durão, Teasle
(Brian Dennehy), é detido e preso. Na cadeia, agride policiais e consegue
fugir
para uma floresta vizinha. Com as táticas de guerra aprendidas no Vietnã,
embrenha-se na selva. Em contrapartida, a polícia, comandada por Teasle,
organiza um plano de ação para caçar o foragido.
Rambo completa 30 anos. Em 1982 surgia essa figura controversa, símbolo do
poderio militar norte-americano durante a Guerra Fria, aquela do
imperialismo
selvagem – por isso gerou tantas discussões sobre a ideologia do personagem.
Um
homem de ferro, indestrutível, uma máquina de matar.
“Rambo – Programado para Matar” foi o
melhor
exemplar da cinessérie, que teve três continuações inferiores. A cada filme
o
teor ficava mais absurdo e violento, ofuscando o drama pessoal desse
ex-Boina
Verde, atormentado pelas atrocidades vividas no Vietnã.
Este primeiro
“Rambo” trata, acima de tudo, do tormento do soldado que foi
lutar
numa das guerras mais tristes do século passado. Mais do que sequelas
físicas,
os sobreviventes retornavam com perturbações mentais. Muitos filmes
excelentes,
alguns clássicos, trataram a questão, como “O Franco Atirador”,
“Amargo Regresso”, “Platoon”, “Nascido em
4 de
Julho”, “Alucinações do Passado”, e
“Rambo”
não fica de fora da lista.
A
premissa da fita não tem surpresas:
torturado pelos vietcongues, o protagonista desenvolve uma força
destruidora.
Quando se embrenha na mata para fugir, agora dos próprios norte-americanos
que o
tratam com desprezo, olhando-o como um vagabundo, recorre à experiência
trágica
do passado para matar os algozes e assim salvar a pele.
De
narrativa ágil, mistura drama e
perseguições de helicópteros eficientes. Foi, e ainda é, um dos bons filmes
de
ação da década de 1980, estrondoso sucesso de público – custou US$ 12
milhões e
rendeu, no mundo inteiro, cerca de US$ 125 milhões, na estreia!
O
desdobramento de “Programado para Matar” - O personagem Rambo surgiu pela primeira vez no livro
"First Blood", de 1972, escrito por David Morell. Dez anos
depois
os direitos foram comprados, e o produtor executivo Mario Kassar,
especialista
em fitas de ação, deu as cartas para viabilizar a obra para o
cinema.
Com o sucesso
de
Rambo nas salas de cinema, eram inevitáveis as continuações! Foram três
sequências, a primeira em 1985 e as outras duas em 1988 e 2008. Mas não eram
dotadas da qualidade técnica e temática do original. O herói, de
descendência
indígena, caiu no clichê de matador incontrolável, utilizando todas as armas
possíveis já inventadas (granadas, metralhadoras, facões, arco e flecha,
bazucas, tanque de guerra). A violência, a pancadaria, a matança fizeram
parte
das continuações, parte do dia a dia dos “outros” Rambos. Além de serem
repetidas, as histórias seguiam um padrão, sempre com resgates
inacreditáveis:
em “Rambo II – A Missão”, ele volta ao Vietnã nos anos 1980,
para
capturar prisioneiros americanos; em “Rambo III”, infiltra-se
em
uma jornada infernal ao Afeganistão, para salvar o Coronel Trautman, seu
comparsa (papel do falecido Richard Crenna, que aparece em todos os filmes).
E
no último da série - “Rambo” (2008) -, o mais sangrento,
Stallone
assina a direção, e seu personagem se junta a um grupo de mercenários, para
resgatar missionários cristãos sequestrados por soldados na
Birmânia.
Um
recado para as novas gerações: o
original, “Rambo - Programado para Matar”, é válido conhecer,
já
que abriu escola para fitas sobre heróis ultravingativos.
O
diretor canadense Ted Kotcheff
ganhou muito dinheiro com o filme, porém teve carreira irregular. Rodou
outra
fita sobre a Guerra do Vietnã, a apenas mediana "De Volta ao
Inferno" (1983, com Gene Hackman), além de comédias fracas, como
"Troca de Maridos" e "Um Morto Muito Louco". De
2000
para cá, o cineasta retornou às origens, rodando fitas para TV e produzindo
seriados.
“Rambo – Programado para Matar” saiu em
DVD
simples e, recentemente, em edição especial para colecionador, em um box com
a
quadrilogia.
“Rambo - Programado para
Matar” (“First Blood” - EUA - 1982 - 91’) Direção: Ted Kotcheff Com: Sylvester Stallone,
Richard Crenna, Brian Dennehy, Bill McKinney e Jack Starrett, entre
outros.
Distribuição: Universal
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