“Prometheus”
Respostas que podem levar à própria origem do homem.
C&N
Se você é um dos aficcionados pela cinessérie
Alien, não vá assistir a Prometheus esperando um
típico episódio. Apesar da presença de inúmeros elementos correlatos - e um
roteiro praticamente igual ao original - há uma distância abismal entre os
dois
filmes, e não se trata apenas de um ser prelúdio para o outro.
Mais de 30 anos depois (o Alien original é de 1979), o
visionário
Ridley Scott retorna à franquia tendo à sua disposição, desta vez, o
que
há de mais sofisticado em termos de tecnologia cinematográfica, e faz
excelente
uso dela. O que no primeiro filme era criatividade e tensão, neste se
transforma
num show de imagens e efeitos visuais. Não há nenhum demérito
nisso.
A
história, basicamente: um casal de
paleontólogos/arqueólogos, Elizabeth (Noomi Rapace, do
Millennium original, sueco) e Charlie (Logan
Marshall-Green), em suas pesquisas, descobrem imagens do mesmo tipo de
representação estelar em várias culturas pelo mundo. Algo como um mapa, que
deve
ser consultado (ou seguido). Alguém pensou em Eram os Deuses
Astronautas? , de Erich von Däniken? Um velho
milionário,
Peter Weyland (um irreconhecível Guy Pearce, num papel que
serviria como uma luva a Chistopher Plummer) resolve então financiar uma
viagem
de reconhecimento, e para lá parte um grupo bastante heterogêneo de pessoas,
em
busca de respostas. Respostas que podem levar à própria origem do
homem.
Depois de um
belo e
deslocado prólogo, somos apresentados à multicultural e globalizada
(praticamente todas as etnias estão presentes) tripulação da nave
Prometheus: David (Michael Fassbender, excelente como sempre) que, sem nenhuma
surpresa, se
revela prontamente como o ser artificial da tripulação;
Meredith
(Charlize Theron, desperdiçada), que é quem dá as ordens na missão;
Janek (Idris Elba), o capitão da nave; e os já citados
Elizabeth e Charlie, além de muito
outros.
Aliás, neste ponto reside um fator negativo do filme. Enquanto nos filmes
anteriores da série sabia-se sempre a quantidade de personagens por filme,
neste
caso esta informação é indistinta. Além dos personagens principais, de
repente,
em cenas de mais ação, surgem outros que nem suspeitávamos existirem. Isto,
associado à quase indefinição dos personagens - não temos tempo ou
oportunidade
de reconhecer quase nenhuma característica específica deles - acaba
distanciando
o espectador, ao invés de torná-lo cúmplice, eliminando o fator
claustrofóbico e
de necessária empatia do primeiro filme. E esta falta de definição leva a um
estranhamento, na medida em que os personagens vão tomando certas atitudes
que,
aparentemente, não condizem com seu próprio discurso.
Como já dito, o roteiro é muito semelhante ao primeiro episódio da série, e
ainda
não é desta vez que a gênese das mortais - e quase indestrutíveis -
criaturas
será explicada. Na realidade, as criaturas também, como em nossa Teoria
da
Evolução, são fruto de adaptação ao meio; portanto, o belo desenho do
suíço
HR Giger demora muito a aparecer na tela.
Direção de arte (de Alex Cameron e grande equipe) e figurinos (de Janty
Yates),
em Prometheus, são um show à parte. Com ecos de 2001 -
Uma
Odisséia no Espaço (com direção de arte de John Hoesli) e do
Alien original (com direção de arte de Roger Christian), o
contraponto de formas retas e luz difusa da nave Prometheus
com a
obscura e orgânica nave alienígena é de tirar o fôlego. Os figurinos também
têm
grande influência - em seu ar retrô-chic - dos clássicos de ficção
científica de meados do século XX, período áureo do design
mundial.
A lamentar apenas a ausência - incontornável, dado o período histórico - da
personagem-ícone da série, Ripley, vivida pela fantástica
Sigourney Weaver. Apesar da exótica figura de Noomi Rapace -
explorada à exaustão em Millennium e Sherlock
Holmes:
O Jogo de Sombras - sua pequena estatura e fragilidade aparente não
parecem ser páreo para o que está por vir. Sim, porque o final aberto deste
episódio leva a esperar ao menos uma continuação, que certamente está por
vir.
Ah, e neste
caso,
procure assistir à projeção em 3D e, se possível, em
Imax. O resultado é alucinante; imersão total. Não
perca!
“Prometheus” (EUA - 2012 -
124’) Direção: Ridley Scott Com: Noomi
Rapace, Michael Fassbender, Charlize
Theron,
Logan
Marshall-Green, Idris Elba e Guy
Pearce, entre outros.
Distribuição: Fox
Filmes
Onde: Espaço Unibanco
Pompeia
-
Sala
Imax - Rua Turiaçu, 2100 -
Perdizes
Tel.:
(11) 3673-3949
Sessões: 19h e
21h30
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