20 de junho de 2012

“Prometeus”


Prometeus

Tirando pequenos senões, este é um baita filme.
C&N

Irmão de Atlas, Prometeu é um titã da mitologia grega conhecido por ter roubado o fogo de Zeus para entregá-lo aos mortais. Ele acreditava na equiparação entre deuses e seres humanos, e obviamente por isso não era bem quisto no Olimpo. Isto na mitologia. No cinema, “Prometheus” é o nome do novo filme de Ridley Scott. E não por acaso: equiparar-se aos deuses e buscar a imortalidade são as principais missões da meganave que batiza o filme.
Num primeiro momento, o que mais chama a atenção é o visual arrebatador de “Prometheus”. O desenho de produção de Arthur Marx (o mesmo de “Seven” e “Gladiador”), que trabalha ao lado de uma equipe de oito diretores de arte do primeiro time, é realmente de tirar o fôlego. Incluindo a concepção das naves, dos trajes espaciais, superfície do planeta, enfim.... Tudo. A falha fica por conta da maquiagem de envelhecimento do magnata que comanda a missão, que acabou ficando parecido com o Sr. Burns, de “Os Simpsons”.
Mas, felizmente, o filme não é somente visual. O roteiro de Jon Spaihts (“A Hora da Escuridão”) e de Damon Lindelof (de “Cowboys e Aliens” e de alguns episódios da série “Lost”) mexe com temas fascinantes, que remetem ao bom e velho “Eram os Deuses Astronautas?”, além de repisar a interminável discussão sobre as origens e os objetivos da própria Humanidade. Uma ficção científica existencialista, que dialoga diretamente com outra célebre criação de Scott: “Alien”.
Certamente muitos vão reclamar do tom rasgadamente cristão do filme, mais cristão até que o leão católico das “Crônicas de Nárnia”. Mas isto só servirá para criar ainda mais bochicho em cima do já bastante badalado “Prometheus”, o que promete engordar as bilheterias para Scott.
Para os cinéfilos, é divertido também ficar procurando as várias referências a outros clássicos da ficção científica, como o indefectível “Good morning, David”, uma das primeiras falas do filme, ou o famoso ‘Leve-nos para casa’. Já houve até quem dissesse que, com seus ares britânicos, o robô David (Michael Fassbender) seria um upgrade de C3-PO.
A lamentar somente alguns momentos em que os diálogos repetem exatamente aquilo que já estamos vendo na tela, defeito recorrente entre os blockbusters. Talvez os produtores façam isso imaginando os momentos em que o espectador olhe mais para a sua pipoca do que para a tela.
Mas, tirando pequenos senões, “Prometheus” é um baita filme.
Prometheus (EUA - 2012 - 124’) Direção: Ridley Scott Com: Noomi Rapace, Michael Fassbender, Charlize Theron, Logan Marshall-Green, Idris Elba e Guy Pearce, entre outros.
Distribuição: Fox Filmes

Nenhum comentário:

Postar um comentário