“Prometeus”
Tirando pequenos
senões, este é um baita
filme.
C&N
Irmão
de
Atlas,
Prometeu é um titã da mitologia grega conhecido por ter
roubado o
fogo de Zeus para entregá-lo aos mortais. Ele acreditava na equiparação
entre
deuses e seres humanos, e obviamente por isso não era bem quisto no Olimpo.
Isto
na mitologia. No cinema, “Prometheus” é o nome do novo filme
de
Ridley Scott. E não por acaso: equiparar-se aos deuses e buscar a
imortalidade são as principais missões da meganave que batiza o
filme.
Num primeiro
momento,
o
que mais chama a atenção é o visual arrebatador de
“Prometheus”. O
desenho de produção de Arthur Marx (o mesmo de
“Seven” e “Gladiador”), que trabalha ao lado de uma equipe de
oito
diretores de arte do primeiro time, é realmente de tirar o fôlego. Incluindo
a
concepção das naves, dos trajes espaciais, superfície do planeta, enfim....
Tudo. A falha fica por conta da maquiagem de envelhecimento do magnata que
comanda a missão, que acabou ficando parecido com o Sr. Burns,
de
“Os Simpsons”.
Mas,
felizmente, o
filme não é somente visual. O roteiro de Jon Spaihts
(“A
Hora da Escuridão”) e de Damon Lindelof (de “Cowboys e
Aliens”
e de alguns episódios da série “Lost”) mexe com temas fascinantes,
que
remetem ao bom e velho “Eram os Deuses Astronautas?”, além de
repisar a interminável discussão sobre as origens e os objetivos da própria
Humanidade. Uma ficção científica existencialista, que dialoga diretamente
com
outra célebre criação de Scott: “Alien”.
Certamente
muitos vão reclamar do tom
rasgadamente cristão do filme, mais cristão até que o leão católico das
“Crônicas de Nárnia”. Mas isto só servirá para criar ainda
mais
bochicho em cima do já bastante badalado “Prometheus”, o que
promete engordar as bilheterias para Scott.
Para os
cinéfilos, é
divertido também ficar procurando as várias referências a outros clássicos
da
ficção científica, como o indefectível “Good morning, David”, uma das
primeiras falas do filme, ou o famoso ‘Leve-nos para casa’. Já
houve até quem dissesse que, com seus ares britânicos, o robô David (Michael
Fassbender) seria um upgrade de
C3-PO.
A lamentar somente alguns momentos
em
que os diálogos repetem exatamente aquilo que já estamos vendo na tela,
defeito
recorrente entre os blockbusters. Talvez os produtores façam isso
imaginando os momentos em que o espectador olhe mais para a sua pipoca do
que
para a tela.
Mas, tirando pequenos senões,
“Prometheus” é um baita filme.
“Prometheus” (EUA - 2012 -
124’) Direção: Ridley Scott Com: Noomi
Rapace, Michael Fassbender, Charlize
Theron,
Logan Marshall-Green, Idris Elba e Guy Pearce, entre outros.
Distribuição: Fox
Filmes
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