“Kaboom”
A crise de identidade levada ao extremo.
C&N
O
filme “Kaboom”, em cartaz na cidade, padece de um
grave
caso de crise de identidade: não consegue se definir entre aventura
adolescente, filme de temática GLBT, trama de
suspense
ou alegoria apocalíptica. E nisto, talvez resida seu maior
charme.
Produção independente de modestos recursos, com estética claramente
emprestada
dos quadrinhos, “Kaboom” conta o dia a dia de
Smith
(Thomas Dekker), pós-adolescente de sexualidade ambígua que, na
universidade, se
vê cercado de tipos os mais bizarros possíveis: uma sarcástica amiga,
Stella (Haley Bennett), que cursa Artes
Plásticas; uma ‘ficante’, London
(Juno
Temple), de mente muito mais aberta que
Smith; e seu colega de quarto - interesse sexual não muito
explícito -, o limítrofe surfista Thor (Chris Zylka). A isso,
some-se
a mãe ausente, Nicole (Kelly Lynch), a lembrança do pai morto
quando ele ainda era criança, e outros personagens periféricos, e está
formada a
teia que enreda Smith.
Depois de uma
festa
regada
a bebida e alucinógenos, Smith acredita ter presenciado o
assassinato de uma estranha garota ruiva (figura recorrente em seus
pesadelos)
e, durante a investigação, vai descobrindo que muitas coisas referentes a
seu
passado, e às pessoas que o rodeiam, não são exatamente o que
imaginava.
Qualquer passo
além, na
descrição do roteiro, pode se tornar uma revelação indesejada. Resta dizer
que,
apesar da finalização meio tosca - nem por isso menos interessante -
“Kaboom” traz
certo frescor no enfoque de uma série de outsiders na juventude
norte-americana atual.
E, se você não se incomodar com a
enorme
quantidade de mudanças de rumo na história, pode se tornar uma diversão bem
interessante. Resta saber o que o diretor faria com um orçamento mais
generoso,
e um roteiro menos confuso. Experimente!
“Kaboom” (EUA/França - 2010 - 86’) Direção:
Gregg Araki Com: Thomas Dekker, Haley Bennett, Chris
Zylka,
Juno Temple e Kelly Lynch, entre
outros.
Distribuição:
Vinny
Filmes
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