‘Loucos por
Séries’
A Nova “Dallas”.
C&N
Será que uma série que narrou, durante 14 temporadas, os
dramas
de uma milionária família envolvida com petróleo, pode atrair essa nova
geração
de fãs de séries dramáticas na TV por assinatura de hoje? Se
existe uma resposta para essa pergunta é sim, porque a nova versão de
Dallas não se afastou do estilo dramático que muitos
brasileiros
gostam, que é o tradicional folhetim mexicano, que a gente vê e revê no
horário
das telenovelas. Basta ver o sucesso que “Revenge” vem fazendo
na
Sony, onde os criadores e roteiristas devem ter visto pelo
menos
uma boa dúzia de telenovelas ao sul da fronteira, acredito eu. Haja
drama...
Mas “Dallas” tem história antes do drama. Os
produtores não se arriscaram em fazer uma nova versão da série criada por
David Jacobs em 1978 - que chegou ao Brasil somente
dois
anos depois para iniciar sua longa jornada entre o público americano. Eles
mantiveram a mesma estrutura maniqueísta clássica de Abel e
Caim, vividos pelo caçula Bobby Ewing (Patrick
Duffy) e o primogênito da família JR (Larry Hagman), onde os
dois,
mesmo tendo participação mais como convidados especiais, estarão no centro
da
ação envolvendo a luta por Southfork, que é o gigantesco
rancho da
família Ewing. De um lado, o jovem idealista
Christopher (Jesse Metclafe), filho adotivo de
Bobby, que vem lutando pelo projeto de energia limpa, deixando
de
lado o petróleo que corre entre os Ewings. E no outro canto, o
ambicioso filho de JR, John Ross (Josh
Henderson),
que descobriu a existência de milhões de barris de petróleo em
Southfork, contrariando não só o tio, como também o último
desejo
da avó, Miss Ellie.
Os
dois travarão um grande e dramático
embate pelo controle da fazenda Southfork, cada um usando das
armas que tiver à disposição. Como na Famiglia Corleone, os
pais
de Chris e John Ross estarão agindo como
consiglieri dos dois. Sim, porque para que essa trama funcionar sob a
égide de um grande clássico da televisão mundial, a dupla JR e
Bobby tinha que estar presente, para servir até mesmo de
suporte
para as articulações que os dois jovens Ewings estarão fazendo
nos
próximo episódios.
Sem estragar nenhuma surpresa, principalmente para quem perdeu o
primeiro episódio (reze para que o Warner Channel tenha
mudado, e
comece a reprisar essa série em outros horários, coisa que a emissora gosta
de
fazer apenas com “Friends”, “The Big Bang
Theory” e
“Two and a Half Men”), a briga dos dois herdeiros de
Southfork não está apenas na questão do petróleo. Quando mais
jovem, Christopher abandonou um intenso relacionamento que
tinha
com Elena Ramos, interpretada pela filha de brasileira
Jordana
Brewster, por conta de um erro de comunicação. Quase uma década depois,
exatamente no dia do casamento de Christopher com
Rebecca (Julie Gonzalo), ele descobre que a separação dos dois
foi
obra de John Ross.
Pronto. A
panela já
começou a ferver e os próximos episódios serão intensos. Com mais revelações
sobre os reais motivos da busca pelo domínio de Southfork,
mais
articulações entre JR e John Ross, e a constante
luta de Bobby para não se deixar cair nos golpes do irmão e,
agora, do sobrinho. “Dallas” entrou no século 21, mas tem todo
o
gosto de um grande drama do bardo inglês. Divirta-se, emocione-se e
atreva-se a
mudar de canal...
Paulo Gustavo
Pereira
apresenta o
programa
‘Loucos Por Séries’ no canal
‘Imagine
TV’ (TVA/Telefônica), e o programa
‘Almanaque dos Seriados’ pela ‘ClicTV’. Também é editor da
revista
‘Sci-Fi News’ e autor do ‘Almanaque dos Seriados’ (Ediouro) e “Animaq -
Almanaque dos Desenhos
Animados” (Matrix
Editora).
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