27 de junho de 2012

Nora Ephron


Nora Ephron

O romantismo de Hollywood perde um de seus expoentes.
C&N

Faleceu na noite de ontem, dia 26, a escritora, diretora, autora de cinema e teatro, e colunista Nora Ephron, aos 71 anos, perdendo uma longa batalha travada contra a leucemia, que ela preferiu manter afastada da mídia. A notícia de seu passamento chegou como uma grande surpresa a toda a comunidade cinematográfica.
Três vezes indicada ao Oscar de Roteiro Original - por “Silkwood - O Retrato de uma Coragem” (“Silkwood”, 1983, com Alice Arlen); “Harry & Sally - Feitos um Para o Outro” (“When Harry Met Sally”, 1989); e “Sintonia de Amor” (“Sleepless in Seatle”, 1993, com David S. Ward e Jeff Arch) - Nora Ephron baseou sua carreira como autora no trinômio mulheres x homens x carreiras, sem nunca perder de vista as intrincadas relações desta equação, mas também sem tornar uma irritante feminista. Seus roteiros sempre valorizaram o lado romântico das relações, pontuados por muito humor, elegância, leveza e diálogos absolutamente deliciosos.
Autora de alguns dos mais amados roteiros de comédias românticas de Hollywood, tais como “Sintonia de Amor”, “Mensagem para Você (“You’ve Got Mail”, 1998) e o recente “Julie e Julia (2009), Nora provavelmente terá para sempre sua imagem como criadora associada a uma das atrizes que mais trabalhou em textos seus, Meg Ryan.
Mas seu enfoque romântico não a impediu de tornar pública sua atribulada relação pessoal, em seu primeiro casamento, com o jornalista ligado à descoberta do escândalo Watergate, Carl Bernstein, em um de seus filmes que tiveram menor repercussão, “A Difícil Arte de Amar” (“Heartburn”, 1986), protagonizado no cinema por Jack Nicholson e Meryl Streep.
Filha dos roteiristas Henry e Phoebe Ephron, começou sua carreira como jornalista do New York Post, tornando-se a seguir colaboradora de veículos como Esquire, New York e The New York Times Magazine, e seus artigos foram evoluindo da crônica feminina a uma defesa veemente do liberalismo. Sua primeira coletânea de ensaios, “Wallflower At The Orgy” (1970) tornou-se um best-seller.
Como diretora, alternou grandes sucessos com recepções mais mornas, com “Sintonia de Amor”,  “Mensagem para Você” e “Julie e Julia” intercalados com os relativos fracassos de “Michael - Anjo e Sedutor” (“Michael”, 1996), “Bilhete Premiado” (“Lucky Numbers”, 2000) e “A Feiticeira” (“Bewitched”, 2005).
Seu mais recente trabalho - um texto para a Broadway que deveria estrear em janeiro de 2013 - “Lucky Guy”, um drama biográfico sobre o colunista jornalístico Mike McAlary, que teve morte trágica e prematura, está previsto para marcar a estreia de seu grande amigo e colaborador, Tom Hanks, nos palcos de sua amada cidade natal, Nova York.

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