‘Sabia que existe em Blu-ray?’
“A
Ponte
do Rio Kwai”.
C&N
Chega a ser
difícil
pensar no cineasta David Lean sem se recordar de alguns dos maiores
épicos da história do cinema. Afinal, mesmo tendo realizado menos de vinte
longas-metragens, seu currículo conta com pérolas como “Lawrence da
Arábia” e “Dr. Jivago”, o que já seria suficiente para
apontá-lo como o grande mestre do gênero.
Contudo, pouca
gente se recorda que, após passar anos realizando dramas, a primeira
produção
grandiosa de Lean foi nada menos que um filme ambientado na II Guerra
Mundial:
“A Ponte do Rio Kwai”, considerado não apenas um dos melhores
filmes de todos os tempos, como um dos pontos altos da carreira do renomado
Alec Guinness.
É
dele (em sua terceira parceria com
Lean)
o lendário papel central, interpretando o coronel inglês que, prisioneiro
nas
mãos dos japoneses, é obrigado, junto com seus comandados, a construir uma
ponte. E, disposto a provar a ‘superioridade’ britânica, ignora o
fato de
que a construção servirá para o inimigo e decide construir a melhor ponte
possível - o que acaba se tornando quase uma obsessão.
Como é
costumeiro
nos filmes de Lean - e algo não exatamente comum a filmes épicos – a
grande força do filme reside não nas cenas grandiosas, mas sim no elenco,
sobretudo na interpretação inesquecível de Guinness.
Curiosamente,
ele
recusou o primeiro convite para viver Coronel Nicholson,
alegando
que o papel era “sério demais” para ele, acostumado a fazer comédias. Assim,
os
produtores – e o diretor David Lean, que
era
contra a escalação de Guiness – foram atrás de outros nomes, como
Charles Laughton e Laurence Olivier, sem sucesso (Laughton
chegou
a ser anunciado oficialmente como protagonista, mas recuou, alegando que não
aguentaria o calor do Ceilão, local das filmagens). Em novas conversas com
Guinness, o ator finalmente embarcou no projeto, que se tornaria um
dos
pontos altos de sua carreira.
Entretanto, mesmo com o filme sendo visto até hoje
como um
dos melhores trabalhos de Guiness, “A Ponte do Rio Kwai” conta
com
um elenco de apoio de fazer inveja, sobretudo pelas presenças de William
Holden – contratado para ser o chamariz de bilheteria, no papel do
militar
que escapa do campo de prisioneiros e precisa liderar a equipe que irá
destruir
a ponte – e Sessue Hayakawa, que assume o papel de
Saito,
comandante japonês, que brilha em todas as cenas que aparece.
Pouca gente
imagina, mas a história por trás da construção da ponte é real. O livro que
serve como base para o roteiro – escrito pelo mesmo Pierre Boule de
“O Planeta dos Macacos” – tem como pano de fundo a história do
Coronel Philip Toosey, prisioneiro de guerra ordenado a, junto com
seus
homens, construir duas pontes (uma de aço, outra de madeira) sobre o Rio
Kwai, em Burma. Ao contrário do que vemos no filme, as pontes
foram
usadas durante dois anos, antes de serem destruídas em
1945.
Outro ponto
interessante da história real é que o verdadeiro Coronel Saito era
considerado um dos mais justos e humanitários oficiais do exército japonês,
e é
justamente o testemunho de Toosey que o salva da forca quando, após a
rendição japonesa, foi julgado por um tribunal aliado. Mas claro que nada
disso
está no roteiro escrito por Carl Foreman e Michael Wilson (que
não
puderam assinar o trabalho por estarem na lista negra da Caça às
Bruxas).
Mas é impossível
mesmo falar de “A Ponte do Rio Kwai” sem mencionar sua trilha
sonora. Afinal, a cena em que os prisioneiros britânicos chegam ao campo de
prisioneiros assoviando a marcha ‘Colonel Bogey’ tornou-se um
dos
maiores momentos da história do cinema – maior até que o clímax grandioso da
produção.
Reza a lenda
que
Spiegel planejava lançar o filme até 31 de dezembro de
1957, para que “A Ponte do Rio Kwai” pudesse ser
indicado
ao Oscar. Entretanto, no início do mês, o longa ainda não
possuía
nem mesmo um compositor contratado. Contratado pelo produtor Sam
Spiegel,
Malcolm Arnold compôs o score em somente dez dias,
possibilitando
que o filme chegasse aos cinemas no prazo, fosse indicado a oito
Oscar e levasse sete estatuetas (incluindo Melhor Filme
e,
imaginem só, Melhor Trilha Sonora).
Disponível em
Blu-ray pela Sony, o longa merece lugar
de
destaque em qualquer coleção – ao lado da expectativa pelo lançamento de
“Lawrence da Arábia”, que também pertence à distribuidora e,
realizando menos de uma década depois, se tornaria a grande obra-prima de
Lean.
“A Ponte do Rio Kwai” (“The Bridge of the River Kwai” -
EUA/Grã-Bretanha
-
1957 - 162’) Direção:
David
Lean
Com:
William Holden, Alec Guinness, Jack Hawkins,
Sessue Hayakawa, James Donald, Geoffrey
Horne, Andre Morell, Peter Williams,
John Boxer e Percy Herbert,
entre outros.
Blu-ray: Menu
interativo - Seleção de cenas Tela:
Widescreen
Anamórfico
Áudio:
Dolby Digital (2.0) Idioma:
português, espanhol e
inglês Legendas:
português, espanhol,
francês e inglês Extras: não
informado
Distribuição:
Sony Pictures
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