‘Especial Fred Astaire’
Há 25 anos a dança perdia sua grande expressão no cinema.
C&N
Há
exatos 25 anos, no dia 22 de
junho de 1987, os dicionários de cinema perdiam um valioso
verbete: Elegância. Falecia Frederic Austerlitz
Jr.,
mundialmente conhecido como Fred Astaire.
Depois de desfeita a dupla que
mantinha nos palcos da Broadway com sua irmã Adele - que
abandonou
a carreira para se casar com o duque inglês Charles Arthur Francis
Cavendish - Fred Astaire se deslocou
para
Oeste, como tantos outros em sua época, para a incipiente indústria
que
se estabelecia em Los Angeles, o cinema. Lucrou o cinema, e lucramos
nós.
Desde sua
estreia
nas
telas, em “Voando para o Rio” (“Flying Down to Rio”,
1933),
até sua última participação, em “Ghost Story” (1981),
Astaire personificou a elegância e a sofisticação sem pedantismos,
não
importando se seu parceiro fosse um cabide ou uma das inúmeras e glamourosas
estrelas de Hollywood, como Cyd Charisse, Judy Garland,
Audrey Hepburn ou Rita Hayworth (a qual revelou, de passagem
em
uma entrevista - quase sem querer - ser sua parceira de dança
favorita),
ou ainda aquela à qual teria eternamente sua imagem associada, Ginger
Rogers (apesar de dizerem as más línguas que não se davam muito bem
longe
das câmeras. Quem se importa?).
Com seu inconfundível
estilo,
bastante diverso do outro grande dançarino das telas, Gene Kelly -
este
mais atlético e vigoroso - Astaire fazia qualquer número de dança
parecer
extremamente fácil, como se bastasse vestir fraque e cartola, e sair
dançando
lindamente, sem esforço. Ledo engano. Seu trabalho, junto aos coreógrafos de
seus filmes, durava semanas, antes mesmo de sua parceira começar a ensaiar
consigo. Algumas histórias de bastidores dão conta até de redesenhos de
figurinos terem sido feitos, para que a coreografia não fosse prejudicada -
alguns vestidos de Ginger Rogers, por exemplo, tinham pequenos
chumbinhos
costurados nas barras para que o caimento fosse adequado!
E é
justamente para relembrar a data que
o
canal TCM promove esta semana um Especial Fred
Astaire, com alguns dos pontos altos de sua grande carreira.
A
seleção começa hoje, dia
18, com “O Picolino” (“Top Hat”, 1935),
seguindo
com “A Alegre Divorciada” (“The Gay Divorcee”, 1934,
que
curiosamente teve seu título modificado de “The Gay Divorce - O
Alegre
Divórcio” - pois a censura da época não considerava que um divórcio
pudesse
ser alegre!), “A Roda da Fortuna” (“The Band Wagon”, 1953,
o
único título da seleção sem Gingers Rogers - neste caso a parceira de
Astaire é Cyd Charisse), “Ritmo Louco”
(“Swing
Time”, 1936), e “Vamos Dançar?” (“Shall We
Dance?”, 1937). Um filme por dia,
sempre
às 14 horas.
O
único reparo nesta seleção é a falta
daquela cena que, para mim, representa a quintessência do perfeccionismo de
Fred Astaire: no filme “Núpcias Reais” (Royal
Wedding, 1951), co-estrelado por Jane Powell, Astaire
literalmente dança pelas paredes, num tour de force técnico
para a
época em que foi realizado. É praticamente impossível de se perceber que, na
realidade, é o cenário que está girando, e não ele que sobe - e
dança -
pelas paredes e pelo teto. Perfeito!
Mas não faltarão oportunidades. E temos ao dispor esta primorosa seleção acima.
Não perca!
TCM - Especial Fred
Astaire
Segunda-feira, 18 de junho, 14h: “O Picolino” (“Top
Hat”, 1935).
Terça-feira, 19
de junho, 14h: “A Alegre Divorciada” (“The
Gay
Divorcee”, 1934).
Quarta-feira, 20 de junho, 14h: “A Roda da Fortuna” (“The
Band
Wagon”, 1953).
Quinta-feira, 21 de junho, 14h: “Ritmo Louco” (“Swing
Time”, 1936).
Sexta-feira, 22 de junho, 14h: “Vamos Dançar?”
(“Shall We
Dance?”,
1937).
Nenhum comentário:
Postar um comentário