18 de junho de 2012

‘Especial Fred Astaire’


Especial Fred Astaire

Há 25 anos a dança perdia sua grande expressão no cinema.
C&N
Há exatos 25 anos, no dia 22 de junho de 1987, os dicionários de cinema perdiam um valioso verbete: Elegância. Falecia Frederic Austerlitz Jr., mundialmente conhecido como Fred Astaire.
Depois de desfeita a dupla que mantinha nos palcos da Broadway com sua irmã Adele - que abandonou a carreira para se casar com o duque inglês Charles Arthur Francis Cavendish  - Fred Astaire se deslocou para Oeste, como tantos outros em sua época, para a incipiente indústria que se estabelecia em Los Angeles, o cinema. Lucrou o cinema, e lucramos nós.
Desde sua estreia nas telas, em “Voando para o Rio” (“Flying Down to Rio”, 1933), até sua última participação, em “Ghost Story” (1981), Astaire personificou a elegância e a sofisticação sem pedantismos, não importando se seu parceiro fosse um cabide ou uma das inúmeras e glamourosas estrelas de Hollywood, como Cyd Charisse, Judy Garland, Audrey Hepburn ou Rita Hayworth (a qual revelou, de passagem em uma entrevista - quase sem querer - ser sua parceira de dança favorita), ou ainda aquela à qual teria eternamente sua imagem associada, Ginger Rogers (apesar de dizerem as más línguas que não se davam muito bem longe das câmeras. Quem se importa?).
Com seu inconfundível estilo, bastante diverso do outro grande dançarino das telas, Gene Kelly - este mais atlético e vigoroso - Astaire fazia qualquer número de dança parecer extremamente fácil, como se bastasse vestir fraque e cartola, e sair dançando lindamente, sem esforço. Ledo engano. Seu trabalho, junto aos coreógrafos de seus filmes, durava semanas, antes mesmo de sua parceira começar a ensaiar consigo. Algumas histórias de bastidores dão conta até de redesenhos de figurinos terem sido feitos, para que a coreografia não fosse prejudicada - alguns vestidos de Ginger Rogers, por exemplo, tinham pequenos chumbinhos costurados nas barras para que o caimento fosse adequado!
E é justamente para relembrar a data que o canal TCM promove esta semana um Especial Fred Astaire, com alguns dos pontos altos de sua grande carreira.
A seleção começa hoje, dia 18, com “O Picolino” (“Top Hat”, 1935), seguindo com “A Alegre Divorciada” (“The Gay Divorcee”, 1934, que curiosamente teve seu título modificado de “The Gay Divorce - O Alegre Divórcio” - pois a censura da época não considerava que um divórcio pudesse ser alegre!), “A Roda da Fortuna” (“The Band Wagon”, 1953, o único título da seleção sem Gingers Rogers - neste caso a parceira de Astaire é Cyd Charisse), “Ritmo Louco” (“Swing Time”, 1936), e “Vamos Dançar?(“Shall We Dance?”, 1937). Um filme por dia, sempre às 14 horas.
O único reparo nesta seleção é a falta daquela cena que, para mim, representa a quintessência do perfeccionismo de Fred Astaire: no filme “Núpcias Reais” (Royal Wedding, 1951), co-estrelado por Jane Powell, Astaire literalmente dança pelas paredes, num tour de force técnico para a época em que foi realizado. É praticamente impossível de se perceber que, na realidade, é o cenário que está girando, e não ele que sobe - e dança - pelas paredes e pelo teto. Perfeito!
Mas não faltarão oportunidades. E temos ao dispor esta primorosa seleção acima.
Não perca!
TCM - Especial Fred Astaire
Segunda-feira, 18 de junho, 14h: O Picolino (“Top Hat”, 1935).
Terça-feira, 19 de junho, 14h: A Alegre Divorciada (“The Gay Divorcee”, 1934).
Quarta-feira, 20 de junho, 14h: A Roda da Fortuna (“The Band Wagon”, 1953).
Quinta-feira, 21 de junho, 14h: Ritmo Louco (“Swing Time”, 1936).
Sexta-feira, 22 de junho, 14h: Vamos Dançar? (“Shall We Dance?”, 1937).

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