12 de junho de 2012

c&n teatro


Coisa de Louco
Um angustiante caminho para lugar nenhum.

Calos Cirne - C&N

Num auditório, na ausência do palestrante convidado - um delegado de polícia - entra um contador, ‘jogado aos leões’ para cobrir o ausente. Obviamente despreparado, ele começa a discorrer sobre o perigo do abuso de drogas, tema da palestra. E, no seu despreparo, vai derivando o tema e discutindo política, economia, sua vida pessoal, e tantos outros temas, de forma completamente anárquica. Detalhe: enquanto fala, faz uso de alguns “poucos” estimulantes, de modo a ganhar confiança.
O que se vê a seguir é um tour de force de Nilton Bicudo, sob a competentíssima direção de Elias Andreato, num angustiante caminho para lugar nenhum. Bicudo começa sóbrio e se desculpando por estar ali cobrindo o outro palestrante, que nem entende muito do assunto, apenas o bom senso - afinal ele é um contador - e, aos poucos, o assunto vai derivando, para “n” outros assuntos, e é quando realmente se vê o bom trabalho do ator. Ao ir se entupindo de estimulantes - tudo legal, segundo ele mesmo - vai se revelando, até o desfecho, previsível, porém contundente.
Pena ter-se apenas um dia da semana para conferir este enxuto trabalho do trio Arap/Andreato/ Bicudo. Não perca!

Coisa de Louco Texto: Fauzi Arap Direção: Elias Andreato Com: Nilton Bicudo
Onde: Teatro Santa Catarina - Hospital Santa Catarina - Av. Paulista 200 - Bela Vista Tel.: (11)
3016-4116

Quando: 3ªs às 21h Até: 03/07 Quanto: R$ 30


Francesca
Comédia de Luís Alberto de Abreu valorizada pelo elenco.
Carlos Cirne - C&N
O belo texto de Luís Alberto de Abreu não poderia ter sido encenado com mais felicidade. Contando com a segura direção de Roberto Lage (comemorando seus 50 anos de carreira), “Francesca”, inspirado em trecho de Divina Comédia de Dante Alighieri, traz à cena um grupo de atores que valorizam ainda mais texto tão bem construído.
Com destaque óbvio para Ando Camargo (em duplo papel), Maria do Carmo Soares e Renata Zhaneta, o espetáculo apresenta linguagem de época (remetendo à Era Medieval) com pequenas ousadias, principalmente nos figurinos (muito lindos, do mago Fabio Namatame), que só envolvem ainda mais o espectador. Ando Camargo, como o inquisidor/demônio mor, confere a autoridade e o tom melífluo adequado ao personagem; Maria do Carmo, hilária como sempre, faz uma alcoviteira como ninguém; e Renata Zhaneta domina a cena. Impossível não tornar-se cúmplice de sua deliciosa ama, suporte necessário à Francesca de Tatyana Figueiredo, apaixonada pelo Paolo de Márcio Bueno Dias. Sem desmerecer o bom elenco, estes três fazem toda a diferença.
Num tom que oscila entre Romeu e Julieta e um bom e velho circo-teatro, “Francesca” atualiza uma bela história de amor que não se deixa impedir por nada, ou ninguém. A ponto do Demo até mudar de opinião!
Em cartaz no Espaço Parlapatões, a única falha do espetáculo é estar em cartaz apenas duas vezes por semana. Não deixe de ver!
Francesca Direção: Roberto Lage Com: Tatyana Figueiredo, Márcio Bueno Dias, Renata Zhaneta, Maria do Carmo Soares, Ando Camargo, Marco Aurélio Campos, Fernando Petelinkar, Raquel Marinho, André Grecco e Rodrigo Ramos Direção musical: Paulo Herculano Música original e arranjos: Matias Capovilla e Paulo Herculano Cenografia e adereços: Heron Medeiros Figurino e adereços: Fabio Namatame Iluminação: Wagner Freire Produção executiva: Regilson Feliciano Assistente de produção: Jô Nascimento Realização: Roberto Lage Produções Artísticas Co-realização: Uma Arte Produções Artísticas
Onde: Espaço Parlapatões - Praça Franklin Roosevelt, 158 - Consolação Tel.: (11) 3258-4449
Quando: 3ªs e 4ªs, às 21h Até: 25/07 Quanto: R$ 15 a R$ 30

K - uma leitura dO Castelo
Moacyr Góes encena adaptação de O Castelo”, de Franz Kafka.
C&N
A Cia Escola 2 Bufões’ e o diretor Moacyr Góes estreiam hoje, dia 12, “K - uma leitura d’O Castelo” baseado no romanceO Castelo”, de Franz Kafka (1883/1924), obra inacabada escrita em 1922 e publicada após a sua morte.
São muitas as leituras atribuídas à obra de Kafka - a incomunicabilidade, a solidão, a dificuldade em atribuir sentido ao absurdo do cotidiano, a opressão na relação entre indivíduo e Estado, a busca de uma dimensão metafísica.
A peça, assim como o livro, conta a história de um topógrafo chamado K (Leon Góes), que é contratado pelo conde de uma aldeia para prestar seus serviços. Depois de chegar e se instalar num albergue barato, K decide ir ao Castelo comunicar sua chegada. Mas, por mais que tente, não consegue se aproximar do Castelo. Os personagens que cruzam o caminho de K desmentem-se, fornecem informações contraditórias, apresentam variadas interpretações de um mesmo fato, provocando um clima de confusão e névoa, que acaba por lançar o topógrafo num labirinto intransponível.
K - uma leitura dO Castelo Texto Original: Franz Kafka Adaptação: Weydson Leal Encenação: Moacyr Góes Com: Leon Góes, Carla Rosa Guidacci, Sérgio Kauffman, Ricardo Damasceno, Daniel Carneiro e Daniel Villas Cenografia: José Dias Figurino: Carol Lobato Direção Musical: Ary Sperling Iluminação e Fotos: Cézar Moraes Produção Executiva: Caroline Alcova
Onde: Teatro do Leblon - R. Conde de Bernadote, 26 - Leblon Tel.: (21) 2529-7700
Quando: estreia hoje, dia 12, às 21h - 3ªs e 4ªs, às 21h Até: 18/07 Quanto: R$ 50 e R$ 25

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