‘Loucos por
Séries’
Contagem Regressiva.
C&N
Já
vai começar a contagem regressiva
para a
nova programação brasileira dos canais por assinatura. Nessa época do ano,
os
homens e mulheres que cuidam de aquisições da Sony,
Warner e Universal, para citar alguns dos canais
por
assinatura que estão no Brasil, já brigaram no mercado internacional para
adquirir os direitos de exibição dos futuros lançamentos das redes
americanas
ABC, CBS, NBC e Fox.
Não
é uma tarefa fácil, mas é um grande prazer para quem gosta dessa área. Um
conhecido amigo, que trabalha em aquisições de um canal por assinatura,
revelou
que assistiu esse ano cerca de 50 pilotos de novas séries. Mas não soube
informar quais delas poderão ganhar a telinha brasileira, ainda, porque essa
grande revelação será feita entre setembro e outubro, pelas próprias
emissoras.
Cabe lembrar que a maioria dessas produções também vem dos grandes estúdios
como
Fox, Paramount, Universal,
Warner, Disney, e de canais de TV ligados a eles
como a CBS (Paramount), ABC (Disney),
NBC (Universal) e Fox.
Mas decidi dar
uma
olhada no que chama mais a atenção, na nova programação das redes
americanas, e
escolhi alguns dos futuros lançamentos para comentar, principalmente os que
agregam suspense, fantasia e ficção. Veja a primeira parte das novas séries
da
temporada 2012 / 2013:
666 Park Avenue
(ABC)
A
história: Você lembra quando Mia
Farrow e John Cassavettes foram morar no famoso Dakota
Building, na região do
Central
Park em Nova York, e ela descobre que o maridão fez um pacto com
o
diabo, colocando-a na posição de amante do capeta? A ideia dessa nova série
é
colocar um casal neste prédio, que na realidade é o número 999, mas que
oculta
um bando de vizinhos ligados a celebrações sinistras como missas negras e
contatos de primeiro grau com as criaturas das trevas.
O
comentário: O produtor e roteirista
David Wilcox, que também trabalhou em Fringe, Lei &
Ordem e First
Wave, é o responsável por essa
ideia
interessante, mas vai depender do nível de suspense e de tramas paralelas
para
fazer com que o público fique ligado em histórias sobrenaturais. A ideia de
dizer que o prédio é similar ao Dakota de Nova York, já é bem curiosa. Sem falar que
no
elenco está o fantástico Terry O’Quiin, que tem uma legião
considerável
de fãs depois de Lost.
Last Resort
(ABC)
A
história: Comandante de um submarino
nuclear americano decide não cumprir as estranhas ordens que chegaram
durante
uma missão de rotina, obrigando a nave a atacar o Paquistão com o
arsenal
nuclear. A ordem do ataque veio da mesma entidade secreta que também está
ordenando a caçada ao submarino e a destruição dele e da tripulação. Como o
capitão não é marinheiro de primeira viagem, ele ruma para uma ilha no
Caribe e aponta seus mísseis para os Estados Unidos até que
alguém
diga por que ele e sua tripulação viraram presas de uma caçada
nuclear.
O
comentário: A base dessa história
caberia
bem num longa metragem, com muita ação e reviravoltas. Mas a ideia lembra um
pouco de Jericho,
onde apenas uma pessoa sabe o que está acontecendo de verdade, deixando
milhares
reféns de uma mentira. O problema é saber como uma série que tem como base
chantagem atômica, consegue prender a atenção do publico, levando-se em
consideração que até o final da primeira temporada, é necessário saber por
que o
submarino está sendo caçado, deixando o quem para outra
temporada.
Zero Hour
(ABC)
A
história: Homem é surpreendido com um
telefonema de sua esposa, que o avisa que alguém está entrando em sua casa.
Para
seu desespero, a esposa é raptada por um conhecido terrorista internacional,
que
sumiu com ela sem deixar pistas. Sem saber o motivo, ele lembra que os dois
compraram um relógio antigo no dia anterior ao sequestro. Ao analisar o
objeto,
ele descobre que o relógio faz parte de um grupo de 12, que podem revelar um
segredo milenar envolvendo uma sociedade religiosa que jurou protegê-lo a
qualquer custo. Começa agora, uma corrida contra o tempo, para localizar os
outros relógios e salvar a esposa de um destino cruel e, por tabela, o mundo
inteiro.
O
comentário: Conspiração mundial é
aquela
que envolve aparentemente um cidadão simples, mas que terá força suficiente
para
ir atrás de respostas e acabar com os conspiradores. Feita essa observação,
vamos lembrar que nenhuma conspiração, numa série de TV, deve deixar o público angustiado demais por
respostas.
Em Lost, o mistério da ilha fez muita gente abandonar o barco
no
final da terceira temporada. Só que essa conspiração atira em vários pontos
interessantes, como a busca pelos relógios que foram construídos para
revelar um
segredo do cristianismo e, que os vilões estão ligados aos nazistas. Sem
contar
que o personagem do Anthony
Edwards, o marido em busca da
esposa
raptada, tem uma sinistra ligação com o passado da Alemanha. E aí
começa
todo o mistério...
Elementary
(CBS)
A
história: Depois de ser afastado da
consultoria que prestava à Scotland Yard por estar usando
drogas,
o jovem e experiente detetive Sherlock Holmes é internado numa
clinica de reabilitação em Nova York. Para mantê-lo sob vigilância, o
pai
de Holmes contrata a doutora Joan Watson para deixar o dono de uma
mente
intuitiva, voltar do caminho das drogas. Só que Sherlock começa a
investigar,
por conta própria, um caso de assassinato na Big Apple, sendo
auxiliado pela Dra. Watson, que começa a ficar admirada com o
talento em desvendar mistérios de seu paciente.
O
comentário: com o sucesso da série da
BBC, Sherlock, que coloca nos dias de hoje as
aventuras de Sherlock Holmes e John Watson, era
quase que inevitável que os americanos quisessem trazer o famoso detetive
inglês
criado por Arthur Conan Doyle no final do século 19, também numa
versão
moderna e americana. Tudo bem que levar Holmes para uma
Nova
York moderna é uma ideia muito legal. O que bate de frente é o fato que
Watson agora é uma mulher (interpretada por Lucy Liu), o que
pode
gerar no futuro, com a série engrenada, a famosa tensão sexual vista em
Arquivo X e A Gata e o Rato, por exemplo. Além
do
sacrilégio de vermos Holmes e Watson, na versão
americana, apaixonados. Cruzes...
Arrow
(CW)
A
história: Oliver Queen,
filho de um milionário, fica preso numa ilha após o naufrágio do barco em
que
viajava. Durante os anos que ficou lá, acabou desenvolvendo uma habilidade
fora
do normal com arco e flecha. Ao retornar a cidade natal, Star
City, ele decide usar essas habilidades para ajudar a combater o
crime
usando a identidade secreta do Arqueiro Verde.
O
comentário: Ninguém acreditava que o
personagem Arqueiro Verde conseguisse ganhar simpatia dos fãs
de
Smallville, quando ele entrou na quinta temporada para fazer
uma
participação especial na série. Pois não é que ele ficou até o final? Foi
apostando no carisma do Arqueiro Verde que o canal
CW, emissora que exibiu as dez temporadas de
Smallville, decidiu fazer um voo solo para o personagem. Mas
como
ficam os fãs de Justin Hartley, que fez o Arqueiro em
Smallville? Ele não será o novo herói, agora interpretado pelo
canadense Stephen Amell, um ator mais experiente e que já participou
de
outras séries como Hung, Heartland,
New Girl e Private
Practice. Quem for contra, que
atire a primeira flecha.
A
Bela e a Fera (CW)
A
história: A jovem Catherine
Chandler testemunha a morte de sua mãe, e só consegue se salvar de
ser
morta também pela mesma quadrilha, por alguém ou alguma coisa, que salva sua
vida. Com o passar dos anos, ela se torna detetive de polícia de Nova
York e acaba cruzando o caminho de Vincent Keller, um
jovem
médico que tem um grande segredo: quando fica nervoso ou furioso ele se
torna a
Fera, com força sobrehumana. Os dois acabam juntos para lutar
contra o crime organizado e contra uma organização secreta, que criou
pessoas
como Vincent.
O
comentário: Essa é uma produção do
CW, que resgata a cultuada série dos anos 1980, estrelada por
Linda Hamilton e Ron Perlman, agora interpretados por
Kristin
Kreuk (Smallville) e Jay Ryan (Terra Nova). Aí
entra o
romance entre o casal central, inicialmente impossível, a conspiração para
criar
o supersoldado da qual o único resultado prático foi Vincent,
que
se transforma numa criatura poderosa quando fica nervoso. Ou seja, podemos
estar
vendo o começo de uma grande saga romântica, tendo como base a série dos
anos
1980.
Cult
(CW)
A história: Um jornalista investigativo tenta descobrir o paradeiro do irmão que, antes de desaparecer, havia avisado que sua vida estava por um fio por causa do seriado de TV Cult. O que parecia só um caso de fanatismo exagerado, acaba se transformando num grande mistério envolvendo a produção dessa série de TV e sua legião de fãs, que faria qualquer coisa para manter o programa no ar. Até mesmo raptar e matar.
A história: Um jornalista investigativo tenta descobrir o paradeiro do irmão que, antes de desaparecer, havia avisado que sua vida estava por um fio por causa do seriado de TV Cult. O que parecia só um caso de fanatismo exagerado, acaba se transformando num grande mistério envolvendo a produção dessa série de TV e sua legião de fãs, que faria qualquer coisa para manter o programa no ar. Até mesmo raptar e matar.
O
comentário: Nada como um jornalista
investigando um estranho caso de desaparecimento, mesmo quando ele não tem o
poder de resolver rapidamente o mistério. A série vai colocar em cheque o
fanatismo por uma série de TV que, consumida em doses
exageradas,
pode gerar dor de cabeça para fãs e seus amigos. Será que ela tem força de
pegar
de cheio o público do CW, acostumado como The Vampire
Diaries, Supernatural e Gossip Girl?
Bom, a
ideia da série partiu de Rockne S. O’Bannon, responsável pelo
cultuado
Farscape – Numa Galáxia Distante.
Revolution
(NBC)
A
história: Um misterioso desastre leva
o
planeta inteiro a ficar sem nenhum tipo de energia elétrica, ou derivada
dela.
Quinze anos depois, quando a maior parte daqueles que sobreviveram ao
desastre
se acostumou ao novo estilo de vida, surge a informação de que alguém sabe a
origem do desastre. E para isso, será necessário pegar em armas para liderar
o
povo americano a uma nova revolução contra aqueles que querem dominar o
planeta
a qualquer custo.
O
comentário: Mais uma conspiração
mundial
com toques de ficção científica, criada por J.J. Abrams, que não
conseguiu emplacar a sua série de suspense Alcatraz, na
Fox americana, nem Undercovers, série de
espionagem
para a NBC. Novamente, a série remete à cultuada
Jericho, especialmente pelo fato de uma hecatombe desconhecida
fazer o mundo, literalmente, sair da era industrial e se transferir para a
era
pastoral. Dá para fazer muita coisa, especialmente porque tem um grupo de
pessoas que quer descobrir a verdade. Resta saber quanta verdade está
escondida
no desenrolar da história.
Do No Harm
(NBC)
A
história: Nada depõe contra a imagem
do
Dr.
Jason
Cole, um dos mais proeminentes
neurocirurgiões dos Estados Unidos. Profissional e com um grande
coração,
ele tem vivido em paz com sua consciência nos últimos cinco anos, quando
conseguiu deixar, no lado escuro de seu cérebro, a personalidade adormecida
de
uma pessoa que não dá a mínima para ninguém, gosta de sexo e é um sociopata
conhecido como Ian
Price. Sim, essas duas personalidades habitam o corpo de uma só
pessoa, que havia conseguido controlar Ian, com base num soro
especial
criado por Jason.
Mas o soro esta perdendo o efeito e Ian quer ser mais importante do
que
Jason, custe o que custar.
O
comentário: uma nova e divertida
versão
de O
Médico e o Monstro, mas
colocando no
plano psiquiátrico o Distúrbio de
Identidade
Dissociativa, mal que se aplica
ao
determinado Dr.
Jason. A série promete tensão e suspense, já que
Ian, a outra personalidade de Jason, tem muito a oferecer. Basta apenas não cair na
simplicidade de fazer com que Jason
acorde no meio de uma confusão provocada por Ian, que a série pode
dar
o que falar.
The Following
(Fox)
A
história: A fuga de Joe
Carroll (James Purefoy), um assassino psicopata condenado à morte
por
matar 14 jovens mulheres oito anos antes, traz novamente para a ação o
agente
aposentado Ryan Hardy (Kevin Bacon), responsável pela primeira
prisão do assassino em série. Mas ao conseguir capturar o psicopata
novamente,
Hardy descobre que ele lidera uma legião de outros assassinos
que
irão continuar o seu violento trabalho, que considera uma obra de arte.
Agora,
os dois antagonistas terão que se enfrentar num jogo de xadrez, onde a
próxima
vítima pode estar muito próxima.
O
comentário: Se existir uma tal de
Síndrome de O Silêncio dos Inocentes, teremos
nessa
série um exemplo prático. Afinal, jogar na mesma cena um psicopata e o
policial
que o prendeu é o que no teatro se chama de tour de force,
principalmente
quando estamos falando de James Purefoy (Roma) e Kevin
Bacon (Meninos e Lobos). O que pode ser interessante é a
constante
busca pelos membros desse culto (os seguidores do título original), a cada
episódio colocando à beira do abismo, a próxima vítima.
Paulo Gustavo
Pereira
apresenta o
programa
‘Loucos Por Séries’ no canal
‘Imagine
TV’ (TVA/Telefônica), e o programa
‘Almanaque dos Seriados’ pela ‘ClicTV’. Também é editor da
revista
‘Sci-Fi News’ e autor do ‘Almanaque dos Seriados’ (Ediouro) e “Animaq -
Almanaque dos Desenhos
Animados” (Matrix
Editora).
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