‘Sabia que existe em Blu-ray?’
“Taxi
Driver”
C&N
Um dos diretores mais respeitados do cinema contemporâneo, o
norte-americano Martin Scorsese, pode se orgulhar de possuir uma das
carreiras mais regulares de todos os tempos. Desde que sua carreira decolou,
nos
anos 1970, Scorsese errou poucas vezes – como no pouco visto
“Kudun” (“Kundun”, 1997) ou no recente “O
Aviador” (“The Aviator”, 2004). Mas o que importa é que, nas
muitas vezes que acertou em cheio, assinou alguns dos maiores filmes da
história.
É
o caso de “Taxi Driver”,
lançado em 1976. Rivalizando com “Touro Indomável” (“Raging
Bull”, 1980) como o melhor filme do cineasta (tanto na opinião dos
críticos
como do público), o longa é a segunda parceria entre o diretor e seu
ator-fetiche, Robert de Niro – ambos haviam trabalhado sete anos
antes,
no subestimado, mas igualmente importante, “Caminhos
Perigosos”
(“Mean Streets”, 1973), longa que, ao abordar a violência urbana de
Nova York, definiria totalmente o caminho que a carreira de
Scorsese seguiria.
O
roteiro, assinado por Paul
Schrader – que também se tornaria parceiro de Scorsese e,
eventualmente, trabalharia como diretor – acompanha o cotidiano de
Travis
Bickle, ex-veterano do Vietnã que, ao percorrer as ruas da
cidade
durante a madrugada com seu táxi, acaba entrando em contato com a fauna que
habita aquela violenta selva urbana, enlouquecendo
progressivamente.
O
roteiro, entretanto, foge de soluções
fáceis, criando um personagem complexo e intricado, valorizado por uma
interpretação magistral de De Niro. Travis é uma
bomba-relógio prestes a explodir, mas, antes de tudo, é também um solitário,
quase uma ‘alma penada’ que vaga pela cidade, tentando a todo custo fazer
contato com alguém.
E
esta pessoa surge na forma de
Betsy (Cybill Shepherd), jovem que trabalha na campanha
eleitoral
de um grande político. Contudo, a inabilidade social do rapaz, cada vez mais
influenciado pela decadência do ambiente em que vive, põe tudo a perder – a
cena
em que Scorsese poupa seu personagem, afastando a câmera para o lado
enquanto
ele pede desculpas ao telefone, permanece brilhante.
Assim, Travis muda seu rumo e parte em busca de uma missão.
Qualquer
missão. E encontra um novo foco de atenção: a prostituta mirim interpretada
por
Jodie Foster, à qual o rapaz se afeiçoa e decide que é preciso
salvá-la –
o que culminará no famoso banho de sangue que encerra o longa-metragem. Mas,
mais que salvá-la, Travis deseja salvar a si próprio, buscando
uma
espécie de redenção que nunca virá.
O
longa, disponível em
Blu-ray pela Sony, continua sendo uma
aula de
cinema. Além de cenas antológicas – como o famoso monólogo de
Travis à frente do espelho, totalmente improvisada por
De
Niro e homenageada até hoje – o longa tem um roteiro primoroso (as
narrações em off do personagem central, que mostram a progressão de
sua
loucura, são geniais). Isso, claro sem falar na trilha sonora impecável, que
se
tornou o último trabalho de Bernard Herrmann, habitual parceiro de
Hitchcock – o compositor faleceu poucas horas após o término da
gravação.
Indispensável em
qualquer coleção, o BD traz ainda diversos extras, dos quais
se
destaca o roteiro original com links para o filme, recurso poucas vezes
utilizado. Mas, independente da qualidade do material extra, o filme, por si
só,
já é um show à parte, justificando totalmente o culto que existe a seu
respeito.
“Taxi Driver” (EUA -
1976 -
114’)
Direção:
Martin Scorsese Com:
Robert De Niro, Jodie Foster, Albert Brooks, Harvey Keitel, Leonard Harris, Peter Boyle, Cybill Shepherd, Diahnne Abbott, Frank Adu e Gino Ardito, entre
outros.
Blu-ray: Menu
interativo - Seleção de cenas Tela:
Widescreen
Anamórfico
Áudio:
Dolby Surround (2.0) Idiomas:
português, inglês e japonês
Legendas:
português, inglês,
espanhol,
japonês e coreano Extras: Comentários de Robert
Kolker e
Paul Schrader / Roteiro Original com link para o filme / Trailers
(sem legendas) / Especiais de
Taxi Driver / Comparação Filme /
Storyboard (sem legendas) / Galeria de
Fotos (sem legendas)
Distribuição:
Sony
Pictures
Nenhum comentário:
Postar um comentário